Gangorra
Alguém de sã consciência poderia imaginar que o poderoso Coritiba, líder absoluto da Série B com 52 pontos, sofreria dois duros golpes no Nordeste? Claro que não. O Coxa estava cheio de moral. Sua ascensão criara a imagem de time imbatível. Pois essa imagem desabou em quatro dias. Sofreu cinco gols e marcou apenas um. Levou 4 a 1 do Fortaleza e perdeu para o CRB por 1 a 0. Transformou-se na grande decepção das duas rodadas. Estacionou nos 52 pontos e deixou de abrir distância sobre os concorrentes. Tenho dito que está difícil analisar a Série B pela gangorra que representa. Times acreditados sofrem abalos. E os que há bem pouco tempo estavam desacreditados já agora retomam a confiança da crítica. Pelo visto, com tantas alterações de perfil e de desempenho, torna-se impossível qualquer prognóstico no atual momento. Basta ver o que o modesto CRB fez com o líder da competição.
Embalo
Em ascensão está o Fortaleza. Não apenas pelas seguidas vitórias, mas pela forma como estas estão sendo conquistadas. Há intenso brilho de jogadas individuais e notável harmonia no conjunto. Deslumbrante primeiro tempo fez o Leão no Ressacada, aplicando 2 a 0 no Avaí.
Calcanhar
Quando cito brilho individual, refiro-me ao passe de calcanhar de Isidoro que resultou no gol de William no Coritiba. Difícil a repetição do lance? Não, pois Cristian, também de calcanhar, em jogada semelhante à de Isidoro, permitiu William marcar Fortaleza 2 x 0 Avaí.
Bobagem
Há coisas inaceitáveis no futebol. Léo, que vinha se tornando peça fundamental na meia-cancha do Fortaleza, comete a bobagem de ser expulso em duas faltas absolutamente desnecessárias. Poderia ter complicado. Não custa nada um puxão de orelha. Prejuízo tricolor que fica sem Léo contra o Ipatinga. Que bobagem, Léo!
Vitória alvinegra
O Ipatinga cresceu de conceito na medida em que foi avançando na Série B, até chegar à vice-liderança. Mas no Castelão não mostrou futebol condizente com a posição que ocupava. Resultado: o Ceará ganhou por 2 a 0, remetendo o visitante para o quarto lugar.
Comum
Ratifico a observação feita no comentário de abertura da coluna. A Série B é uma gangorra. Tentei ver no Ipatinga alguma qualidade bem superior aos representantes cearenses. Não vi. O Ipatinga é um time comum como tantos outros que aí estão. Incrível ter chegado aos 47 pontos.
Demora
O problema do Ceará foi ter demorado demais nas contratações. Na época de Marcelo Vilar, ele tentou seguir com o material humano disponível. E ainda levou azar de ter jogadores importantes contundidos como foi o caso de Vanderlei, que brilhara no Icasa.
Especial
Com o técnico Heriberto da Cunha, que andou esbravejando, a diretoria do Ceará sentiu a pressão dele e da torcida. Tomou algumas providências que animaram, mas o próprio Heriberto se queixa de que a diretoria cochilou na reta final, quando deixou de contratar Paulo Isidoro.
Perigo
Não adianta mais Heriberto chiar ou deixar de chiar. É com o que está aí que ele terá de se virar. Vem o Remo, vice-lanterna. Como está tudo muito confuso na Série B, cuidado com o time do Pará. Mesmo na zona de rebaixamento, o Remo aplicou 5 a 1 no Brasiliense.
Categoria
Rômulo retoma a intimidade com o gol. Sua habilidade foi essencial no lance em que se livrou dos adversários ao marcar Ceará 1 a 0. Mas merece registro especial a categoria de seu passe, com o peito, na bola em que Leanderson fez legítimo gol, erradamente anulado pela arbitragem.
Show na TV
Belo exemplo de educação e comportamento esportivo deu o povo de Itarema no Fortaleza 5 x 1 Ceará pelo ´Cearense de Futsal´, lá realizado. A TV Diário transmitiu ao vivo e também mostrou o progresso e as atrações turísticas de Itarema. O prefeito Robério Monteiro, com razão, exteriorizou toda a sua alegria.
"O jogo ficou mais complicado no fim, mas valeu o resultado".
Paulo Isidoro, Meia do Fortaleza