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Vizinhos

A vitória do Fortaleza deu-lhe alívio: saiu da zona e ganhou fôlego. A derrota do Ceará trouxe preocupação. O alvinegro viu reduzida a margem que abrira e agora terá de enfrentar duas partidas fora de casa. Situação delicada. Tricolores e alvinegros estão vizinhos, separados apenas pelo ponto a mais favorável ao Ceará (31 a 30). Quanto ao jogo, o Fortaleza mereceu ganhar. Fez 1 a 0, gol de William, e poderia ter ampliado com Rogerinho. O técnico do Ceará, Heriberto da Cunha, sentiu o drama. Colocou Zé Augusto. O alvinegro melhorou e esboçou reação. Rômulo desperdiçou a chance do empate. Na fase final, Leão optou pelos contra-ataques e administrou bem. O Ceará não voltou no mesmo ritmo. Os erros de conclusão se repetiram com Rômulo e Zé Augusto. Reinaldo entrou no sufoco. Em linhas gerais, o Fortaleza foi mais consciente e definido nas suas pretensões. E assim construiu a justa vitória.

Retorno

A vitória tricolor teve tudo a ver com o retorno dos ex-proscritos, Léo, Simão e Rogerinho. Este já voltara antes. Mas o conjunto, com a participação dos três, cresce sobremaneira. Dura lição dada nos dirigentes que, levados pela pressa, cometeram o grave erro de afastá-los.

Substituição

Verdade que Mazinho Lima não estava bem. Mas não entendi a sua saída para a entrada de Michel no intervalo, pois o Ceará demostrara crescimento desde a entrada de Zé Augusto. Creio que correto teria sido esperar um pouco mais no segundo tempo para fazer a mudança.

Situações

Clássico se decide mesmo no detalhe. Logo no início, aos dois minutos, Mazinho Lima e Sérgio Manoel perderam o grande momento para estabelecer 1 a 0. Lance de gol mesmo. Abalaria o Fortaleza, que estava sob pressão de tantos problemas. Aos oito minutos, William marcou Leão 1 a 0. Mudou a história do jogo. Deu moral ao tricolor, que soube tirar todo proveito disso.

Firmeza

O goleiro Tiago Cardoso vai ganhando a confiança geral. No clássico, demonstrou firmeza. Só em um momento se viu batido: no lance em que Cleiton Cearense, em cima da linha, salvou o gol de empate do Ceará. No mais, Tiago foi correto em todas as intervenções.

Harmonia

Juninho e Preto compuseram um dupla de zaga tão homogênea que a ausência do líder e competente César não foi sentida. Melhor para Zetti que amplia assim as opções para futuras jornadas, quando novamente César não puder atuar.

Oscilação

Arlindo Maracanã não repetiu as boas atuações que vinham marcando sua presença livre na movimentação alvinegra. Até mesmo quando voltou para a posição de origem, na ala, não desenvolveu o mesmo futebol. Ainda assim, ao fazer perfeito cruzamento, colocou Rômulo em condições de marcar.

Intervenções

Em dois momentos providenciais, o zagueiro Erivelton teve participação efetiva no chamado jogo aéreo. O principal, quando, após cruzamento de Ígor, William e marcar o gol. Erivelton evitou. O outro, três minutos depois desse lance, numa situação bem semelhante.

Ambiente

O técnico Zetti sabia que uma nova derrota o deixaria praticamente fora do clube. Mas a vitória sobre o maior rival gera situação agora bem confortável. Além do alívio de tensões, cria ambiente muito bom para o jogo diante do Gama, sábado próximo no PV.

Arbitragem

Pelas circunstâncias, inclusive diante da pressão sofrida durante a semana, o árbitro Almeida Filho se saiu bem no clássico. Verdade que economizou alguns cartões. Entretanto, segurou o clássico e não cometeu erros capitais. Não influenciou no resultado da partida.

Números

Já que foi o último confronto entre Ceará e Fortaleza este ano, a vantagem ficou com os tricolores. No certame estadual, o Ceará venceu por 4 a 3 e empatou uma (1 a 1). Na Série B, duas vitórias do Fortaleza: 1 a 0, com gol de Bruno Mezenga (jogo de ida) e 1 a 0, com gol de William (jogo de volta).

"O time jogou muito bem. Vem atuando com qualidade".
Técnico do Fortaleza Zetti, sobre a vitória