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Grave crise

Não poderia ser diferente a indignação da torcida do Fortaleza diante do que vem acontecendo. Primeiro, a esperança de volta à Série A em 2008, pois até líder da competição o Leão foi. Já agora, numa interminável descendente, desaba na vala comum da zona de rebaixamento. É humilhação demais para o time campeão estadual e que tinha por objetivo estabelecer um ano triunfal, com retorno à elite. Eis alguns fatores que, no meu entendimento, levaram ao atual descalabro: a falta de união no alto comando, o visível rompimento entre conselheiros de alas diferentes, a constante mudança de treinador e o elevado número de contratações erradas. Um somatório assim, de tantos equívocos, necessariamente conduziria o time ao desconfortável momento que ora experimenta. O desgaste é tanto que não poupa ninguém. No olho do furacão estão todos: do presidente ao ponta esquerda.

Realidade

Quando assumiu a presidência tricolor, Marcelo Desidério jamais imaginaria que o clube fosse passar por tormentos tão intensos. As dificuldades se acumularam de tal forma que pouco a pouco o presidente sentiu fugir de suas mãos o controle absoluto que antes detinha.

Segundona

Daniel Frasson, técnico do Crato, sabe das dificuldades que terá na decisão da vaga, segunda-feira próxima, diante do Boa Viagem. A favor de Daniel o elevado espírito de liderança que sempre teve, desde o tempo em que era jogador. Agora, na nova função, Daniel tem a obrigação de controlar melhor suas emoções. Conhecimento de futebol ele tem de sobre.

Revolta

Quem comanda clube de futebol tem de se despir da condição de torcedor. Este age pela paixão, muitas vezes de forma violenta; aquele tem de agir com a razão, se necessário contrariando até mesmo o seu próprio coração. Que cada presidente de clube grande reflita um pouco sobre isso.

Exemplo

Um dos melhores exemplos que vi nesta minha vida de 41 anos de profissão foi dado por Antonio Góes, então dirigente do Ceará. Nos primeiros tempos, ele até entrava em campo para tomar satisfações com árbitros ou adversários. Depois, mais maduro, sereno, eu o vi entrar em campo para apaziguar os ânimos. Mantinha o espírito de pacificador, mesmo quando a arbitragem cometia erros graves. Exemplo a ser seguido.

Clássico

Poderá cometer equívoco de avaliação quem eleger um favorito para o clássico de domingo. Verdade que o Ceará está melhor, mas isso não quer dizer seja ele favorito. Quem assim se manifesta toma por base as diferentes situações vividas pelos dois clubes: o Ceará crescendo de produção; o Fortaleza revelando incrível retrocesso. Tal comparação não vale nos clássicos. As camisas nivelam como diz a sábia manifestação popular.

Qualidade

Diante das atuais circunstâncias, parte da torcida cearense já sabe que o sonho do G-4 vai ficando cada vez mais complicado na medida em que os empates em casa acontecem. Quem quiser subir tem de ganhar em casa e faturar alguns pontos fora. Sem isso, é ilusão.

Festa

Horizonte fará grande festa no jogo de segunda-feira, às 21 horas, quando haverá a entrega das faixas aos campeões da segunda divisão cearense. Várias atrações serão apresentas antes da partida. Já está sendo traçado o planejamento para 2008, sob a responsabilidade do técnico Argeu dos Santos, com o apoio do prefeito Chico César.

Vaga

Erasmo Nicássio, técnico do Boa Viagem, dispõe de um grupo homogêneo para tentar tirar do Crato, dentro do Mirandão, a segunda vaga de acesso à primeira divisão cearense 2008. Erasmo tem temperamento sereno. Ele usa Wescley como principal arma de ataque. Ele teve bela atuação na vitória sobre o Guarany em Sobral.

Recordando

O craque Artur, que morreu há recentemente, teve boa passagem no Botafogo. O Bota o comprou ao Ceará em 1975 por CR$ 250.00,00 (dinheiro da época). Estreou no dia 24 de abril de 1975, num amistoso diante do CEUB, de Brasília. Uma das melhores atuações de Artur pelo Botafogo foi no dia 04 de maio de 1975, na vitoria sobre o Vasco (1 a 0, gol de Nilson) no Maracanã. Botafogo: Ubirajara, Miranda, Chiquinho, Artur e Marinho; Carbone (Ademir) e Carlos Roberto; Rogério (Puruca), Fischer, Nilson Dias e Dirceu. (Colaboração de Wagner das Graças Monteiro, do Idace).

"Torcedor cearense vive quase sempre sobressaltado e assaltado".
Tadeu Viana
Colaborador