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Fração de segundos

Confusão no futebol cearense. Cansa, gente. A mesma lengalenga. Ceará e Fortaleza em crise. Que crise! Resolvi dar uma espiada no Pan. Gosto de algumas modalidades como basquete, vôlei, natação. Meu encanto pela ginástica nasceu em 1976, quando vi a romena Nadia Comaneci, então com 14 anos, deslumbrar o mundo com uma série de notas 10. Embora eu desconhecesse as regras desse esporte, achei bonito, emocionante. No Pan, gostei da Jade de ouro. De repente, a dor. O foco vira para a tragédia do acidente aéreo em Congonhas. Quem errou? Num acidente aéreo, geralmente há uma seqüência de falhas, não uma só. A caixa preta esclarecerá alguns dados. Terá o piloto tentado arremeter? A dor e o ouro no mesmo dia. Lágrimas pelas conquistas, lágrimas pelas perdas. Em segundos, recordes; em segundos, mortes. Contraste que decide a glória e a morte numa pequena fração de tempo.

Medalha

É bonito ver brasileiro no pódio. Emociona. Há os que choram. Gosto da cobertura jornalística pela tv, quando sem exagero. Não gosto quando narradores se afastam da realidade, querendo incutir na mente do telespectador valores acima do próprio feito.

Discreto

Ribamar Bezerra, ex-presidente do Fortaleza, atende celular desde que não seja para falar sobre futebol. Ele deu um tempo. Discreto, prefere ficar à margem dos últimos acontecimentos do tricolor. Gostaria de contar com ele no Debate Bola, já que foi comentarista da TV Diário durante tanto tempo. Mas compreendo a razão de seu “mergulho”. Não raro, o futebol produz decepções e desencantos.

Simplificação

Veja bem como o zagueiro César, na transitória função de coadjuvante de treinador, simplificou tudo. Meia-cancha com Dude, Marcinho, Ígor e Rogerinho. Pronto. E no ataque, pelas circunstâncias, Rodrigo Broa e Mezenga. Por aí, sem invencionices. E mais: com o apoio do Simão, que resolveu colaborar na ala direita. Jorge Veras também orientou. Grupo fechado, como disse o Carlos Fred.

Cautela

Fico a pensar no motivo que levou Amauri Knevitz a não seguir a simplificação que o interino César seguiu. Ou passaram para aquele treinador uma informação equivocada ou este quis dar uma de estrela maior, acima de tudo e de todos. Que o novo treinador, pois, saiba se conduzir com cautela

Desabafo

O presidente do Ceará, Eugênio Rabelo, fez desabafo para amigos sobre as dificuldades que enfrenta no Ceará. Não conta com a ajuda de ninguém. Pensou em renunciar, mas desistiu da idéia após o encontro pacífico em que torcida e jogadores selaram um armistício. Tem mais num tempo para analisar melhor a situação.

Esperanças

Rômulo, Leanderson, Sérgio Manuel. A propósito, Leanderson teve ótima passagem pelo Ceará. Rômulo é cearense e, não faz muito, andou por aqui marcando gols. Quanto a Sérgio Manoel, houve a bobagem da expulsão na estréia em Belém. Turma que chega com a dura missão de mudar para melhor a situação do Ceará. Ganhar do Marília em São Paulo é difícil. Mas também era difícil ganhar da Portuguesa no Canindé. E o Ceará ganhou.

Ajustes

Até agora, Heriberto da Cunha, técnico do Ceará, busca ajustes. Tem procurado administrar a confusa situação alvinegra, sabendo das limitações do grupo. Enquanto não chegam os reforços, ele terá de resolver as questões com o material disponível. Isso poderá ser também um dado revelador de sua competência. A conferir.

"A torcida do Fortaleza é muito grande para passar por isso".
Ígor
Meia tricolor