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Situações diferentes

É confiante a proposta do Fortaleza, hoje, diante do Gama em Brasília. Mesmo com três desfalques, o Leão dispõe de substitutos capazes: Thiago Campos, Raulen e Dude. Nada a preocupar. O campeão cearense está em plena ascensão. Mas é preciso cautela para não cometer erro de avaliação com relação a alguns jogos. Este de hoje, por exemplo, requer cuidados especiais. O Gama está invicto em Brasília. No Estádio Mané Garrincha, ganhou do Coritiba por 1 a 0 e do Ituano por 3 a 1. Já no Estádio Boca do Jacaré, região, empatou com o Brasiliense (0 a 0). Portanto, o Gama tem histórico bom dentro de casa. Lá estão o conhecido Val Baiano, que já marcou dois gols, e Bebeto. Quem pediu para sair do time há alguns dias foi o atacante Nunes. Para o lugar dele contrataram Berg, que era do Ceilândia, onde teve boa participação no certame local. O Gama tem limitações. Sua vantagem é jogar em casa.

Opções

Vejam como agora a situação ficou boa em se tratando de centroavantes para o Fortaleza: Rinaldo, Bruno Mezenga, Isaías e Cleiton. Não faz muito, Marco Aurélio estava com quase todos contundidos ao mesmo tempo. Agora, ele tem opções de sobra, de boa qualidade.

Em alta

Rogerinho, do Fortaleza, está cada vez melhor. Cria situações de gol, mexe-se muito bem. Seus lançamentos para a área são sempre muito perigosos. Mas vale uma observação: não raro, procura sempre um drible a mais. Individualismo que, se na medida certa, ótimo. Mas, às vezes, atrasa um lance que poderiam ter seqüência rápida e perde a oportunidade de pegar aberta a guarda adversária. Corrigindo isso, ganhará nota 10.

Relutou

Luís Torquato (o pai) foi convidado para voltar ao Guarany de Sobral. Se de um lado ficou alegre, de outro pediu para refletir. Torquato diz que, com mais de 70 anos, o homem amadurece o suficiente para não tomar decidir sob os impulsos das emoções. Relutou, sim. Mas seu amor pelo clube o levou a refletir. Poderá voltar.

Posição

Guarany está com 10 pontos, na sétima colocação da segundona cearense. Posição que não condiz com a importância do município de Sobral, significativo pólo de desenvolvimento do Ceará. Além disso, possuidor do ótimo Estádio do Junco. Só precisa de um pessoa do ramo para indicar-lhe o caminho. Torquato é o homem.

Organização

O Ceará carece de um criador de jogadas capaz de dividir com Mazinho Lima a tarefa de ler o jogo com lucidez. Gostei do Barbiéri, embora o tenha visto em ação apenas diante do Vitória, quando o Ceará já penava. Ali ele deu melhor encaminhamento ao ataque. Mas uma coisa é ver o atleta durante parte de um tempo; outra coisa é analisá-lo durante um jogo todo.

Diversificação

Até sexta-feira, o Ceará tem muito tempo para buscar ajustes. Carece de melhor apoio pela ala esquerda. Niel, na direita está se soltando. Sua jogada de aparecer como homem surpresa na entrada da área adversária é boa. Funcionou contra a Portuguesa e quase a repetiu diante do Leão. Mas precisa diversificar para dificultar a marcação adversária.

Sozinho

Ciel é muito bom e tem se esforçado para fazer o que lhe cabe. Mas é preciso que não permaneça sozinho, na frente, entregue às feras. Enquanto não houver um ou mais parceiros para ajudá-lo, não poderá ser cobrado por quem quer que seja. Há quem entenda que ele, vindo de trás, fica mais à vontade. É possível.

Perspectiva

O meia Thiago Almeida, do Ceará, pode produzir muito mais. Ele me parece à procura de sintonia tática onde se sinta mais à vontade. No clássico com o Fortaleza, fez a mais bela arrancada da partida, driblando em fila vários adversários. Provou que pode ser mais agudo. Portanto, potencial para ser melhor explorado.

Recordando

Aos 80 anos de idade, morreu Nozinho (Antonio Alves Marinho), campeão cearense profissional pelo Ferroviário em 1950 e 1952. Ele também foi vice-campeão cearense pelo time coral em 1949, 1951, 1953, 1955 e 1958. Sagrou-se ainda campeão do Norte em 1954, pela Seleção Cearense, formando o trio final Ivan, Nozinho e Geroldo. Ficou conhecido como “Marechal da Vitória”. No time “erreveceano, como na época eram chamados os corais, compôs uma das mais famosas duplas de zagueiros do futebol cearense: Nozinho e Manuelzinho. (Dados de Airton Fontenele).

"Uma coisa deve ficar bem clara: o Ceará ainda é um time em formação".
Marcelo Vilar
Técnico alvinegro