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Mil motivos

Os observadores mais exigentes andam cascavilhando dados para contestar o milésimo gol de Romário. Tudo em nome da exatidão histórica. Para mim, pouco importa quantos faltavam, se um, dois, três ou quatro gols. Já, já o Romário chegaria ao número que os rigores estatísticos cobram. Não consigo me emocionar com fatos assim. Também não me emocionei com o milésimo gol de Pelé em 1969. Quando vejo episódio explorado demais pela mídia, já olho de través. Pelé poderia ter feito o milésimo gol dele num jogo na Paraíba, antes da partida contra o Vasco no Rio de Janeiro. Mas optou pelo Maracanã. Queria lá. Tudo bem. Assim igualmente queria Romário. É normal. Feito histórico tendo por cenário o maior do mundo. Mil gols. Mil motivos. Romário e Pelé tinham suas razões. Quis o destino que o de Romário fosse em São Januário. Vi o de Pelé. Vi o de Romário. Não me emocionei em nenhum deles. Frio como gelo.

Sem média

Poderia ter feito um estardalhaço, procurando transformar o gol mil de Romário num fato além da imaginação. Preferi expressá-lo na medida que considerei proporcional ao evento. Até merecia por palco o Maracanã. Mas sem os exageros que andaram fazendo por aí.

Leão

No Debate Bola de domingo passado (TV Diário), eis a pergunta que mais o torcedor do Fortaleza fez: o Leão tem condições de voltar para a Série A em 2008? Pelo que os concorrentes estão mostrando até aqui, há condições, sim. Mas é preciso acompanhar a evolução.

Princípio

Gosto de lembrar a opinião de Luxemburgo, um dos mais vitoriosos técnicos do futebol brasileiro. Para ele, time que quer ganhar campeonato tem de abrir boa margem logo no turno, pois ficará com o returno para administrar possíveis resultados desfavoráveis. Dentro desse princípio, o Fortaleza está começando bem.

Mudanças

Questão é não perder de vistas as mudanças naturais que acontecem no certame, com as oscilações das equipes. Manter o padrão e até melhorá-lo é fundamental para evitar surpresas como as chamadas quedas de produção. Estas são comuns e precisam ser contornadas a tempo.

Elenco

A importância de um bom elenco é fundamental para não deixar cair o padrão quando de substituições. Vejam bem: Dude ficou fora em Maceió, mas Cocito entrou e deu conta do recado. Aliás, Cocito fez ali, no meu modo de interpretar, a sua melhor apresentação.

Advertência

Cocito merece elogio pelo que produziu, mas não se livra de uma advertência: em determinado momento, praticou jogo violento, num lance que não oferecia nenhum risco ao Fortaleza. Ele tem de corrigir a tendência que o leva a intimidade com os cartões.

Golaço

Não há jogo fácil na Série B. Hoje, o Fortaleza pega a Ponte em Campinas. A Ponte ganhou um ponto do Paulista dentro do Estádio Jaime Cintra. Há antiga rivalidade entre ambos, desde aquele inesquecível episódio do gol de mão que a Ponte marcou em pleno Castelão e um árbitro maluco validou.

Trabalho

Marcelo Vilar tem até sábado para fazer correções no Ceará. É possível que as pendências de regularização sejam todas resolvidas. Mas convém acelerar todos os procedimentos para neutralizar as limitações. Afinal, as rodadas são imediatas e não permitem protelações.

Sem afobação

O Ceará produziu bem nos dois primeiros jogos. E até compreendi o empate com o Criciúma em pleno PV. Mas é preciso deixar de lado a afobação na linha de frente que quer correr mais do que a bola. Não saber trabalhar o jogo acaba irritando. Marcelo tem de conversar sobre isso.

Ídolo

O cearense Bechara sagrou-se campeão da Copa Dinamarca. Na final, seu time, o Odense, ganhou por 2 a 1 do Copenhague. E o gol do título foi marcado por Bechara que hoje é ídolo em Odense, município localizado na região central do condado de Fiónia. Com o título, a equipe leva uma das vagas do país à Copa da Uefa.

"O meu objetivo é entrar e jogar bem. E, se possível, ficar mesmo".
Ciel
Meia, à espera de uma chance no Ceará.