Um tempo para cada
Impressão inicial de que o Icasa viera disposto a acabar de vez com as diferenças entre grande e médio, Capital e interior. Começou bonito. Tomou a iniciativa e aos nove minutos já perdera três incríveis chances de gol (Ciel, Chiquinho e Daniel). Só aos 12 minutos o Fortaleza deu a graça: Cleverson finalizou. O Icasa seguiu melhor, com Ciel, Daniel e Maurílio. Fez 1 a 0, gol de Isaac. Pouco depois Raulen empatou. Fase final, o inverso: embora logo tenha sofrido bola na trave (chute de Chiquinho), o Leão tomou conta do jogo. Marcação na saída de bola assustou o Icasa que se perdeu todo. Aldivan criou situações. Ígor entrou bem. Daí a virada tricolor (2 a 1), gol de Rogerinho. Predomínio do Leão ainda produziu bola na trave de Claudevan em chute de Ígor. Mas, na reta final, Serginho empatou, numa desatenção da defesa tricolor. O placar (2 a 2) terminou retratando a produção de ambos: um tempo para cada.
Predomínio
Tamanha a facilidade com que o Icasa ditava o jogo, através de Daniel Sobralense e Ciel, que a meia-cancha tricolor parecia atônita. Marcinho e Jonas anulavam as investidas do Leão. Daí os seguidos passes errados de Rogerinho. Bonamigo corrigiu na segunda fase.
Inversão
Na fase final, quando o Fortaleza assumiu postura ofensiva, a meia-cancha do Icasa deu sinais de cansaço e não mais marcou ninguém. Aí o Leão cresceu. Flávio colocou sangue novo: Netinho no lugar de Maurílio e Serginho no de Chiquinho. Mas quase nada mudou no Verdão.
Referências
Não houve aquele destaque especial. Em momentos isolados, apareceram Ciel (embora ruim de conclusão), Aldivan, Claudevan e Raulen. Numa outra ótica, Maurílio produziu aquém do que pode produzir. O mesmo se pode dizer de Rinaldo e Chuva que têm muito mais futebol.
Lances capitais
Vejam o que é jogador de decisão. Rogerinho não estava bem. Até errara passes demais. De repente, fez o gol da virada (2 a 1). A partir daí, passou a ler melhor melhor o jogo. E Rinaldo, que não fez boa partida, foi o homem do passe perfeito para Rogerinho.
Castigo
Volto a dizer: se o Icasa continuar perdendo tantos gols, como vem perdendo, por certo receberá duro castigo. Ontem, escapou nos últimos minutos. Em jogos decisivos as chances são raras. E, geralmente, não permitem recuperação. Problema sério que Flávio Araújo vem enfrentado. E ontem não foi diferente. Velha máxima: quem não faz, leva.
Bronca
Procede a reclamação do Icasa no lance em que Netinho, no último minuto do segundo tempo, foi punido por impedimento. A televisão mostrou que Netinho tinha condição de jogo, pois vinha de trás. Flávio Araújo ficou na bronca.
Público
No primeiro jogo Icasa 3 x 1 Fortaleza no Castelão, decisão de 2005, o público foi de apenas 11.484 torcedores. Ontem, um público excepcional de 33.308 pagantes, sendo o total de 35.521 torcedores. Provado está que a cobertura ao vivo pela televisão faz crescer a rivalidade que leva mais público ao estádio.
Argumento
O público do segundo jogo em 2005, quando o Fortaleza sagrou-se campeão, foi de 33.185 torcedores. Portanto, menor do que o do jogo de ontem que não decidia nada. A vantagem da tv ao vivo está na criação de clima de euforia favorável à presença da galera.
Leitura
Paulo Bonamigo provou mais uma vez que sabe fazer muito bem a leitura do jogo. Pela postura assumida na fase final, dominou totalmente o adversário no próprio campo do visitante. Passou de dominado a dominador. E fez ver ao Icasa que nada seria fácil como fora na fase inicial.
De volta
Cleiton entrou, quando faltavam seis minutos e acréscimos para terminar o jogo. Uma conversa rápida com Bonamigo. Um goleador a mais para matar o jogo. A intenção correta do treinador acabou sendo frustrada pela desatenção da defesa que resultou no gol de empate marcado por Serginho. Coisas do futebol.
Realmente foi um grande jogo, digno de final de campeonato.
Cleverson, Meia do Fortaleza