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Goleiros

Icasa, Fortaleza, Itapipoca e Ceará chegaram às semifinais do campeonato deste ano muito pela competência dos quatro melhores goleiros do futebol cearense. Valeram as intervenções excepcionais de Adilson, Getúlio, Claudevan e Eufrásio. Há de se levar em conta os sistemas defensivos das equipes, que cuidam da proteção do próprio goleiro. Mas, a rigor, os quatro muitas vezes se viram entregues à sanha dos adversários. É delicado apontar qual o melhor deles. Mas, pelas respectivas participações nos jogos semifinais, Adilson me parece assinalou mais ostensivamente sua presença, pois até pênalti pegou. Getúlio Vargas também salvou o Fortaleza em dois lances quase fatais para o tricolor, nos momentos derradeiros do jogo com o Itapipoca. E Claudevan e Eufrásio, pelas belas defesas durante o correr campeonato, também ficaram num elevado patamar de competência e grandeza.

Nomes

Além de Eufrásio, o Itapipoca mostrou aos cearenses jogadores de ótimos recursos como Stênio, Kemerson, Neto, Elanardo e Kelvin. Este, não obstante exímia qualidade técnica, parece ter problemas com a balança. Se no peso ideal, por certo desequilibraria sempre.

Veterano

Dema, veterano Dema. E, como dizem em tom de brincadeira: centenário Dema. Que saúde, que talento! A continuar assim, chegará aos 50 anos dando conta do recado. Joga mais do que muito jovem que tem preparo físico, mas não sabe fazer a leitura do jogo.

Experiência

De muito valerá ao Icasa a importância da experiência de Chiquinho e Maurílio, jogadores acostumados às grandes decisões. Mas cabe observar um detalhe: se houver pênalti, Maurílio terá de caprichar mais. Perder pênalti gera negativo impacto psicológico no time que o desperdiça.

Missão

A propósito do que foi dito no tópico acima, vejam o caso de Rinaldo. De tanto desperdiçar esse tipo de cobrança, em momentos decisivos, já agora cuidou de deixar para outro companheiro tal missão. Uma seqüência de insucessos na cobrança de pênalti gera complexo.

Decisão

É bom não esquecer que o campeonato poderá ser decidido nos pênaltis. Portanto, até o dia do segundo jogo haverá tempo suficiente para a devida preparação tanto dos goleiros quanto dos encarregados das cobranças. Até Copa do Mundo já foi decidida assim. Detalhe que não pode ficar à margem.

Diferença

Uma coisa é o atleta cobrar pênalti, quando ele ainda está bem fisicamente, no transcorrer normal da partida. Outra coisa, bem diferente, é bater pênalti após o desgaste no tempo normal e na prorrogação. Nessa hora, nem sempre as pernas conseguem executar o que o atleta pensa e quer. Daí os desfechos mais inesperados.

Pressão

Há também a pressão psicológica sobre o jogador que vai bater o pênalti. E nem todos conseguem dominar os nervos, tanto pelo desgaste físico, quanto pela desgaste emocional. A pressão de não poder perder acaba resultado mesmo num fracasso.

Arbitral

Para o próximo ano, os clubes do interior deverão mesmo fazer frente única para exigir um dos jogos decisivos fora da Capital, num estádio do interior que tenha as condições exigidas pelo regulamento. É bom ir contando o número de votos.

Votos qualitativos

Este ano, o peso dos votos qualitativos no Conselho Arbitral foi assim: Ceará, 10 votos; Fortaleza, 09 votos; Icasa, 08 votos; Ferroviário, 07 votos; Quixadá, 06 votos; Maranguape, 05 votos; Uniclinic, 04 votos; Itapipoca, 03 votos; Guarani (J), 02 votos; Itapajé, 01 voto.

Articulação

Os clubes do interior terão de promover articulação com os times médios da Capital, visando a obter número de votos suficientes, pois “o Conselho Arbitral exerce suas atribuições com base no seu Regimento Interno e decide sempre com observância da quantidade de votos qualitativos exigida em cada caso´.

"Não ganhamos nada ainda. Mas estou confiante. Respeito o Icasa, que é muito bom".
Getúlio Vargas, após a vitória sobre o Itapipoca
Goleiro do Fortaleza