Condição emocionalA vitória do Ceará sobre o Fortaleza mais uma vez confirmou a imprevisibilidade dos clássicos. O alvinegro dera sinais da retomada na vitória sobre o Ferrão. Mas vinha de seguidas humilhações (1 x 2 Uniclinic, 0 x 3 Icasa, 0 x 2 Quixadá, 0 x 1 Itapipoca). Dimas pediu para sair. De repente, o alvinegra ganhou os dois clássicos. E ganhou bem. Do time “pregado”, surgiu outro com fôlego para noventa minutos e acréscimos. Quanto ao Fortaleza, que vinha de belas exibições, não rendeu a mesma coisa. Jean, artífice da goleada sobre os corais, sentiu a falta de companhia para articular melhor o setor. E, quando Rodrigo entrou, a situação já era desfavorável. Rinaldo fez bem a sua parte, mas Cleiton sentiu o impacto das dificuldades. São detalhes que dão ao clássico a imprevisibilidade de sempre. Impossível antecipar o que vai funcionar ou não. Tudo depende muito da condição emocional do atleta na hora do jogo.
À vontadeQuem se mostrou tranqüilo, à vontade, não sentindo o peso da responsabilidade, foi Lelê. Nem parecia estar diante das cobranças que geralmente aparecem nesta hora. Passou no teste a que todo jogador tem de se submeter um dia, ou seja, encarar sem tremer um clássico.
DefesaGetúlio Vargas, na opinião de vários analistas, falhou em alguns lances como, por exemplo, nos gols de Reinaldo e Lelê. Concordo. Mas foi dele a defesa mais bonita do clássico. Quando Clodoaldo tentou encobri-lo com toque sutil, Getúlio decolou e, de mão trocada (como se diz no futebol), espalmou.
GolsRelação dos gols mais bonitos de cada rodada: 1ª, Marcos Pimentel; 2ª, Clodoaldo; 3ª, Cleiton; 4ª, Valmir; 5ª, Marquinhos; 6ª, Daniel Sobralense; 7ª, Stênio; 8ª, Lelê.
Impossibilitado
Em virtude de trabalho interno, não pude comparecer ao Castelão. Vi apenas o jogo pelo canal exclusivo da TV Diário. Fiquei impossibilitado de votar sobre comportamento, coreografia, bandeiras e manifestações das torcidas. Peço desculpa ao secretário do Esporte, Ferruccio Feitosa, que me convidou para integrar a comissão julgadora.
Observações
Jogadores de times médios e pequenos que estão bem no certame: Tamboril (Guarani-J), Stênio e Kemerson (Itapipoca), Daniel Sobralense (Icasa). Já em dívida estão Alcimar (Uniclinic) e Lequinha (Quixadá).
ApertoFerroviário, que já teve pontuação mais folgada no G-4, começa a ser apertado pelo Ceará. E pega o Itapipoca na quinta-feira, já como concorrente direto, pois o Ita tem três pontos a mais. Glaydstone teve queda de produção. Mote para Dutra.
GolsA partir de agora, você pode rever todos os gols da rodada do Campeonato Cearense no Portal Verdes Mares. É só digitar www.verdesmares.com.br
No MaracaO cearense Ronaldo Angelim marcou belo gol no empate Flamengo 3 x 3 Botafogo, no Maracanã. Nem sempre titular, pois Ney Franco só o utiliza de acordo com o esquema, entendo que Angelim muitas vezes é injustiçado. Desde que ele saiu daqui, o futebol cearense não mais teve um zagueiro com a qualidade de Angelim.
DecisãoHoje, às 20 horas, no Estádio Thauzer Parente, Emlurb e União fazem a final do I Copão Jorge Ribeiro - Sub 14, numa homenagem ao saudoso repórter da TV Diário. Já as 18h30min, Adcamel e Ceará Mirim disputam o terceiro lugar.
RecuperaçãoVinícius não vinha bem no campeonato. A torcida e a crônica o criticavam com razão porque paradão, sem ritmo. Eis que ele resolveu jogar exatamente no maior clássico, onde desde o ano passado tem sido decisiva a sua presença. Vale a experiência. Sua matreirice foi essencial na vitória sobre o Fortaleza.
RecordandoDécada de 70. Calouros 4x2 Fortaleza, gols de Chico Alves, Facó, Gildo e Neto (pênalti). Erandir e Mozart para o Fortaleza. Calouros: Lulinha, Mesquita, Décio Pelé, Peçanha e Neto; Zezinho e Rubens; Chico Alves, Gildo, Facó e Piçarra. Hoje, Lulinha é prof. de Educação Física; Mesquita trabalha em empresa de construção civil; Peçanha morreu; Décio mora em Juazeiro; Neto, prof. da UFC; Zezinho, treinador de escolinha; Rubens (não sei onde está); Chico Alves, aposentado; Gildo, trabalha no Ceará; Facó, engenheiro; Piçarra mora em sobral; Presidente Hélcio Cunha, (aposentado).
"Antes, o Ferrão tinha azar. Hoje, sofre duas bolas na trave no mesmo lance. E a bola sai".
César Aboim - Funcionário do Grupo Edson Queiroz