Retomada alvinegra
Já disse várias vezes que a história dos clássicos é única em cada jogo porque isolada do antes e do depois. Vale só para 90 minutos e acréscimos. O Fortaleza líder, numa situação melhor. O Ceará em processo de recuperação. Quando a bola rolou, o alvinegro, a despeito do equilíbrio, sempre comandou o placar. Nos primeiros cinco minutos, Leão fulminante: chances com Léo, Tiago e Rinaldo. Mas aos 11 foi Vinícius quem marcou Ceará 1 a 0, convertendo pênalti sofrido por Aleluia. Rinaldo logo empatou (1 a 1). Equilibrou outra vez. Na fase final, Villar fez entrar Clodô no lugar de Jarbinha. Recado dado. Lelê marcou um golaço (2 a 1). Reação tricolor com Aldivan (2 a 2). Aleluia amplia (Ceará, 3 a 2). Frasson aposta no jogo ofensivo com Nonato e Neto Baiano. Não melhora. Aí Mazinho Lima mata o jogo (4 a 2). O gol de Santiago, diminuindo para 4 a 3, veio tarde demais. O Ceará ficou o jogo na mão. E ganhou com mérito.
Moral
O resultado levanta o moral do Ceará neste processo de recuperação. Ganhar dois clássicos seguidos credencia o time, que sofreu quatro derrotas seguidas, três delas para os chamados times médios e uma para o Icasa, que assumiu status de time grande.
Ironia
São interessantes as coisas do futebol. Aldivan vinha se destacando bem no jogo. Embota tenha cometido o pênalti em Aleluia que resultou no gol do ceará, não se intimidou. Foi ao apoio, marcou belo gol e criou muitos embaraços para o Ceará. Mas acabou expulso.
Diferenças
No primeiro tempo houve equilíbrio de produção, refletido no placar (1 a 1). Na fase final, vi o Ceará encaixando mais as jogadas, mormente nas de velocidade com Lelê e Aleluia. Daí a vitória.
Sem brilho
Em nenhum momento, a meia cancha tricolor com Léo, Dude, Rogério e Jean articulou com a mesma desenvoltura dos jogos anteriores. Jean não teve o mesmo poder de articulação. Cleiton, o artilheiro, sentiu isso, até porque as chances minguaram para ele.
Especial
Lelê. Este merece menção especial. Seu golaço foi um primor. Lembrou o toque sutil do Clodoaldo dos áureos tempos. Além disso, Lelê exerceu papel fundamental na ligação em velocidade, o que realizou com muita competência. Embora não tenha sido das bases alvinegras, é considerado “pirarucu” do Dimas, pois por este lançado no jogo amistoso em Morada Nova, onde se destacou.
Estréias
Ari estreou bem pelo Fortaleza. Já discreta a estréia de Cauê e Júnior Petrolina pelo Ceará. Pouco tempo para avaliar Victor e Tiago, que entraram pelo Ceará no transcorrer do jogo.
Em Juazeiro
Icasa mereceu ganhar pelo volume superior que apresentou, mas ficou no 0 a 0 com o Ferrão. Destaque para Daniel Sobralense, que deu show de bola. Grave defeito do Icasa: os erros de finalização. Nesta parte, até o próprio Daniel desperdiçou duas grandes chances.
Comportamento
Será definida hoje a premiação da Secretaria do Esporte, que contemplará a torcida que melhor tenha participado do clássico, segundo os critérios de coreografia, vibração, uniformização, tamanho, comportamento e alegoria. A avaliação levará em conta o comportamento da torcida também no retorno, pelas ruas, já fora do estádio, de acordo com registros do setor de segurança.
De olho
Na semana passada, o volante Stênio, do Itapipoca, destacou-se pelo empenho e pelo golaço que fez. Já em Juazeiro quem mostrou exuberância foi Kemerson. Também fez belo gol, pegando rebote na frente da área. Taí um jogador que já deve há muito estar na mira dos olheiros.
Guerreiro
O Guarani de Juazeiro melhorou muito nas mãos de Oliveira Canindé. No jogo que narrei sábado, para a TV Diário (Guarani 3 x 3 Itapipoca), anotei como destaque o meia Tamboril. Fez gol e criou as melhores situações de ataque do Bugre do Cariri. Mesmo após se contundir, resolveu voltar a campo e encarou a disputa.
Recordando
Pura coincidência: no Atlético/MG, campeão mineiro de 1995, o goleiro Adilson, atualmente no Ceará, e Daniel Frasson, hoje técnico do Fortaleza. A partir da esquerda em pé, Adilson é o primeiro e Daniel Frasson é o sétimo. Curiosidade: nessa época, Adilson barrou o famoso goleiro Taffarel. (Do álbum do professor Evandro Quariguazi).
O time estava precisando demais dessa vitória. E por isso se superou´.
Marcelo Villar, Técnico do Ceará