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Liderança

Icasa, Verdão do Cariri. O jogo de hoje diante do Fortaleza lembra, guardadas as devidas proporções, os jogos decisivos do Campeonato Cearense 2005. Até o técnico do Icasa é o mesmo, Flávio Araújo. Aliás, ele não guarda boas recordações daquela decisão. Gostei do Icasa no segundo tempo da vitória sobre o Uniclinic, sábado passado. Na primeira fase, o Uniclinc foi melhor, tanto assim que o destaque do Icasa foi o goleiro Claudevan. Taí o Verdão com os velhos conhecidos Chiquinho e Barata. Tem Cristóvão no banco. O Fortaleza foi o time que melhor progresso apresentou desde a estréia até hoje. Quem o viu na derrota para o Itapipoca e depois o acompanhou no clássico tricolor (4 a 0 sobre o Ferrão), por certo não imaginava estar ali o Fortaleza da estréia. Jean experimenta ótima fase no Leão. Rinaldo e o gol têm uma mesma história. Cleiton vê o ano começar cheio de esperança. Liderança em jogo. Equilíbrio.

Treinos

Já fui contra treinos secretos. Achava bobagem. Hoje, entendo que os times deveriam fazer seus treinos finais sempre de portões fechados ao público. Na maioria das vezes, a presença de parte da torcida nos ensaios mais prejudica do que ajuda. Fatos comprovam.

Artilheiro

Rinaldo é motivo de preocupação para qualquer defesa. Voltou bem, marcando importantes gols. Mas há uma situação que, de certa época para cá, tem incomodado o jogador: a cobrança de pênalti. Em razão de ter perdido alguns, ele me parece inseguro nesta parte. E mais insegura fica a torcida quando vê Rinaldo pronto para bater.

Explicação

Volto ao tema dos treinos abertos ou fechados. Para mim, abertos só os ensaios sem importância, sem definição. Os treinos finais, de preparação mesmo, deveriam ser sempre fechados, como expliquei no primeiro tópico.

Segredo

Não vejo a questão de tentar esconder do adversário o esquema a ser posto em prática. Não é isso. Hoje, todo mundo conhece todo mundo. Flávio já estudou o Fortaleza. Frasson já estudou o Verdão. Contemplo mais o aspecto da privacidade.

Manifestações

Há torcedores educados. Mas há os inconvenientes, que incomodam. Se a torcida se comprometesse a não promover manifestações desagradáveis, eu voltaria a defender os treinos abertos.

Presença

A TV Diário estava transmitindo, sábado passado, direto do Estádio Antonio Cruz, Uniclinic x Icasa. Aí, na telinha, apareceu Daniel Frasson. Ele lá estava estudando todo o comportamento do Verdão. O mesmo fez Flávio Araújo no clássico tricolor. Portanto, cada um já tem uma idéia do que pegará pela frente.

Tranqüilidade

Não se trata, pois, de segredos, mas de tranqüilidade. Uma piada, uma indireta ou postura assim podem estragar o ambiente num treino. Lembram do Romário que acabou tendo de encarar um torcedor num treino, inclusive partindo para agressões físicas? Analiso apenas esse aspecto.

Posições contrárias

Não dou dono da verdade. Ouvi a opinião de companheiros que defendem treinos abertos sempre. Assim pensam Carlos Fred, Sérgio Pinheiro e Sebastião Belmino, o Super Bel.

Circunstâncias

Cada técnico faça o que bem entender, ou seja, treino fechado, treino aberto. Expus apenas meu ponto de vista no momento, já pelas circunstâncias citadas.

Aberto

O técnico Flávio Araújo, ao contrário de Daniel Frasson, preferiu escancarar as portas. Nada a esconder. Cada um tem o direito de seguir suas próprias convicções. Se Flávio não se sente incomodado pela possível presença do público ou de espiões, nada o impede de tocar treinos livres, de portões abertos. Está na dele.

Recordando

Hoje, senti saudade de Ivan Lima, um dos maiores nomes da narração esportiva brasileira. Ivan compôs famoso trio do rádio-esporte com Paulino Rocha e Gilvan Dias. Depois da Rádio Dragão do Mar, onde liderou a audiência, Ivan transferiu-se para o rádio pernambucano. Na Rádio Clube de Pernambuco também marcou época. Na década de 70, eu o visitei na TV Clube, dos Diários Associados em Recife. Ele apresentava um programa esportivo. A última vez que vi Ivan foi na volta da Copa dos Estados Unidos em 1994. Ele morreu tempos depois. Guardo dele boas lembranças.

"Foi a rejeição que comprometeu seu futebol ou seu futebol que provocou a rejeição?"
Fernando Soléra, sobre Ronaldo, o Fenômeno
Colunista da Gazeta Esportiva.Net