Hora de recomeçar
O recesso do Campeonato Brasileiro tirou do cronista o foco da competição paralisada. É natural que, sem perceber, as atenções tenham ficado com celebridades do mundo da bola como Neymar, Balotelli, Forlan, Iniesta e outros do mesmo naipe. A imagem deixada por Ceará, Icasa, Fortaleza, Guarany e Tiradentes ficou esmaecida. Prefiro aguardar a rodada deste fim de semana para formar um novo juízo sobre as condições de cada um. Fiz breves referências a contratações realizadas pelos clubes. Mas ainda com especial reserva porque uma coisa é ler a biografia dos atletas e outra, bem diferente, é o momento deles atualmente em campo. É mais sensato esperar.
Antirracista
Foi exatamente pelo respeito à história (tetra brasileiro) e pelo antirracismo do Vasco, bem como pela estrutura de São Januário, a melhor do Rio, que o Brasil optou pelo CT cruzmaltino. E, desfazendo o mau agouro de alguns bobinhos, a seleção provou que treinar em São Januário fez muito bem ao grupo: deu um baile na Espanha e sagrou-se campeã. Aí aqueles bobinhos dos maus presságios engoliram a asneira produzida por suas mentes.
Renovação
A lição tomada pela seleção da Espanha já provocou reação interna: haverá renovação do grupo, visando à Copa 2014. Será o fim do estilo "toque de bola e rápida troca de passes" que a fez ganhar tudo de 2008 a 2012? Não creio que eles abandonem a atual maneira de jogar. Certamente farão correções. Mas não há como se desfazer de repente de uma fórmula vencedora e que só agora em 2013 conheceu os primeiros insucessos com a Fúria, o Barça e o Real.
Contra o racismo
A FIFA mostra ao mundo via TV a faixa "Say no to racism". O Vasco foi pioneiro nesse combate. Em 1923 só a elite disputava futebol no Rio, mas o Vasco com brancos, pretos e mulatos foi o campeão. Os clubes aristocratas ameaçaram: o Vasco seria excluído, se não demitisse os pobres e os negros. O Vasco não temeu e retrucou: os aristocratas podem expulsar o clube, mas os pobres e os negros não serão demitidos. Em 1925 os clubes aristocratas abandonaram o racismo, aceitaram os atletas humildes e concederam todos os direitos ao Vasco. Vitória da dignidade.
Sem desculpas
A Copa das Confederações passou. Agora há tempo para a execução do que falta no tocante à mobilidade urbana. E sem o desespero dos últimos dias, quando as vias no entorno do Castelão foram concluídas às pressas. Ora, a pressa é inimiga da perfeição. Daí algumas imperfeições detectadas. Caro prefeito Roberto Cláudio, falta só um ano para o início da Copa do Mundo. Não permita, pois, que deixem para amanhã o que for possível fazer hoje. Poupe a população.
Referência
No Sportv, foi muito atencioso o registro feito pelo narrador Galvão Bueno a respeito do livro "O Brasil na Copa das Confederações", de autoria do escritor cearense Airton Fontenele. Galvão elogiou Airton pela devoção com que cuida de estudar e guardar tudo o que diz respeito à Seleção Brasileira. Desejou futuros trabalhos e disse ao atacante Fred, presente ao programa, que ele, com seus gols, iria constar das próximas publicações. Foi muito bacana
"Neste livro ele fala aqui de gente saudosa, de gente que faz falta como João Saldanha e Armando Nogueira. Há também estatística de todas as Copas das Confederações".
Galvão Bueno
No Bem Amigos, do Sportv, sobre o livro escrito por Airton Fontenele
Recordando. Década de 1960. O notável e saudoso goleiro Aloísio Linhares quando no América Futebol Clube. Naquele tempo, o Mequinha montou ótimas equipes. Aloísio Linhares, apelidado de Caravelle por seus voos espetaculares, também brilhou no Ceará, Ferroviário, Seleção Cearense e Náutico de Recife. (Colaboração de Elcias Ferreira).