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Deselegância

De minha índole, sou contra a vaia, embora entenda seja manifestação própria dos regimes abertos. Há quem a encare como coisa natural. Não penso assim. Mais que deselegância a vaia é terrível agressão, falta de respeito. Não porque a vítima tenha sido a presidente Dilma Rousseff, mas porque detesto humilhação pública de quem quer que seja. Dizem alguns: há momentos em que a vaia é merecida. Ainda assim meu sentimento natural é de repúdio à vaia. Lamentavelmente é nos campos de futebol onde a vaia mais acontece. Não consigo conviver com isso.

NO PAN

O ex-presidente Lula recebeu vaia maior que Dilma. Foi na abertura dos jogos Pan-Americanos do Rio em 2007. Vaia, muita vaia. Mas nem por isso ele deixou de fazer Dilma sua sucessora. As vaias passaram; os votos, não. Protesto inócuo, sem efeito prático.

Vaia do Maracanã

Já escrevi sobre a maior vaia do Maracanã, dada no ponta-direita da Seleção Brasileira Julinho em 1959. Julinho, em poucos minutos, com gol e exibição de gala, transformou as vaias em aplausos. Mas poucos têm a chance de dar a volta por cima como Julinho deu.

Política

Compreendo o repúdio aos políticos, já pelos desarranjos, mentiras, corrupção e fracassos. O povo parece encontrar na vaia único meio de dar o troco. Lego engano. A vaia passa. Troco eficaz é no voto. Mas não tem sido assim.