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Legenda: Zagueiro Fabrício
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Fim da ansiedade

Não há como negar: a ansiedade tomou conta de todos. E, nesta parte, estão incluídos atletas, comissão técnica, diretores e torcedores do Ceará. É a família alvinegra em torno de uma expectativa que vem minando até os nervos dos que se dizem imunes às emoções. O técnico Dimas Figueiras, numa conversa que com ele mantive, foi incisivo: os erros do Ceará decorrem da afobação. Em outras palavras: não de hoje a ansiedade tem atrapalhado os planos. Realmente faz sentido o que diz o treinador. O medo de errar termina determinando a consumação do erro. A insegurança dos jogadores é visível, máxime na zona de definição. É natural que a ansiedade em circunstâncias assim entre em campo. Mas, se o Ceará quiser ganhar amanhã, terá de expulsá-la. Do jeito que está, acabará complicando até as coisas mais simples.

O xerife

O zagueiro Fabrício muito representou o espírito de liderança e dedicação na retaguarda do Ceará. Quando disse que algo estranho estava acontecendo em Porangabuçu, tomei por base o seguinte: em determinados momentos, até o inabalável Fabrício deu sinais de insatisfação. Mudou de humor. Isso não acontece por acaso senão após atos que minam a resistência. Mas o xerife continua aí. Para mim, ainda intocável, a despeito de alguns vacilos que cometeu.

Problemáticos

Alguns pontos que complicaram a vida dos treinadores Vagner Mancini e Estevam Soares e que ainda perturbam a vida de Dimas Figueiras. A posição de quarto zagueiro foi a que mais ocupantes teve. E a situação continua crítica ali. Lamento a contusão de Erivelton, o que melhor se houve com Fabrício. A meia-esquerda também foi e continua sendo ponto problemático. Depois que Geraldo foi embora, ninguém ali se estabeleceu. No ataque segue a irritante rotatividade, sem que haja um substituto à altura capaz de ocupar o posto onde há dois anos reinou tranquilo Sérgio Alves, ídolo alvinegro. Dimas terá de acertar esses pontos no jogo de amanhã. Se não corrigir, terá problemas.

O comando do Lira

Muitas vezes por falta de um grito... Bom, o técnico Lira sabe gritar quando é preciso. Hoje, mais que nunca, sua liderança será essencial. Vitória do Icasa tira o Verdão da zona maldita e dará moral ao grupo para a jornada seguinte diante do Guarani em São Paulo. Tropeço hoje no Romeirão será terrível frustração. E deixará o Icasa numa situação quase irreversível.

Os sonhos do Ferrão

Ganhar título estadual é objetivo de todo time que se preza. Há muito o Ferrão tem sido só coadjuvante. Desde que Clóvis Dias deixou o clube, nunca mais o Ferrão apresentou time competitivo. Já é hora da retomada. O novo presidente coral, Valmir Araújo, tem a experiência de anos de adversidade no modesto Quixadá. Agora pensa grande. Afinal, o Ferrão é o 3º time com o maior número de títulos estaduais.

Hermético

Jorge Mota vem evitando precipitações. Observem que ele está criteriosamente analisando a maneira mais adequada de compor a comissão técnica tricolor. Apesar dos constantes pedidos dos setoristas sobre dicas a respeito do futuro elenco, Jorge mantém-se reticente. Em certas ocasiões, ele me faz lembrar aquelas posições herméticas do Rochinha, que só divulgava nomes quando tudo estava definitivamente assinado.