Julgamento sem precipitações
O ser humano, não raro, costuma tirar rápidas conclusões mesmo em situações complexas. Mas não deve ser assim. Para formar juízo seguro sobre qualquer assunto, a apuração rigorosa dos fatos é essencial. Mais uma vez refiro-me à hipótese de possível combinação de resultado entre Fortaleza e CRB. Recebi muitas mensagens de torcedores. Algumas inflamadas, outras moderadas. Optei pela segunda parte. Vi e ouvi alguns cronistas esportivos de redes nacionais de televisão. Como em todo lugar, há os que querem logo julgamento sumário e condenação imediata dos dois clubes e há os que optam pelo zelo na verificação dos fatos. Reafirmo: não opino conduzido pela emoção. Sou frio no julgar. Se restam suspeitas, que os fatos sejam averiguados. Se provados, aplicada seja a devida punição. Nada de precipitação. Com a palavra o STJD.
Posição firmeJamais defenderia impunidade nos casos de fraudes no futebol ou em qualquer outro segmento. A minha prudência pode até ser interpretada como uma cortina, na tentativa de encobrir possível ilícito havido no Fortaleza x CRB. Mas não é isso. O senso profissional de jornalista jamais admite passionalismo na apreciação dos fatos. O torcedor pode, levado pelas emoções, dizer o que bem entende. E não sofrerá prejuízo. Mas o profissional de imprensa não pode agir assim, sob pena de atirar pela janela da pressa e do imediatismo a sua própria credibilidade. Portanto, a minha obrigação é cobrar da Justiça Desportiva profundo rigor no exame dessa matéria. E é exatamente isso o que faço agora.
Imagem a zelar
O atacante Carlinhos Bala nunca imaginou que cumpriria interminável peregrinação por emissoras de televisão e rádio, sempre explicando que não houve combinação de resultado. Conversei com ele na TV Diário. Carlinhos me disse, de forma peremptória, que jamais iria ser personagem de papelão assim, ou seja, interlocutor de fraude. Disse que tem uma imagem a zelar e que processará quem o difamar ou caluniar. Ele se mostrou firme e convicto nas declarações.
A primeira vez sem Osvaldo
O Ceará experimentará pela primeira vez um ataque sem seu jogador mais cobiçado: Osvaldo. Por ele passou até agora a maioria das investidas alvinegras. As dificuldades adversárias estavam nas tentativas de contê-lo. Há uma incógnita sobre como se comportará o alvinegro diante do Palmeiras. Se com Osvaldo as coisas estavam difíceis, imaginem sem ele...
Recordando
1963. Foto do saudoso árbitro Alzir Brilhante quando de sua entrevista à Revista do Esporte, edição nacional. Ele citou que, na época, um árbitro daqui ganhava R$ 3 mil por jogo, mais 1% da renda quando esta fosse superior a R$ 50 mil. Alzir causou espécie quando disse ser parente de Jesuíno Brilhante, o mais terrível cangaceiro do Rio Grande do Norte. Alzir morreu há alguns anos.
A defesa
Quase todos os jogadores usados pelo Ceará no sistema defensivo de 2010 na Série A continuam no clube. Lá estão Fabrício, Erivelton, João Marcos, Michel e Heleno. O forte do cinturão de concreto permaneceu. Mas uma coisa chama a atenção: em 2010, o Ceará ser goleado por time grande era exceção, hoje virou coisa comum. O Ceará sofreu 44 gols em todo o certame. Hoje, com apenas 24 rodadas, o Ceará já sofreu 41 gols. Inaceitável.
Derrotas
Contraste também se constata no número de derrotas na Série A, quando se faz uma análise comparativa. Em 2010, o Ceará sofreu 11 derrotas em todo o certame. Este ano, apenas com 24 rodadas, o Ceará já perdeu 11 vezes. Esses dados devem ser levados em conta na definição do modelo tático adequado ao que há no elenco. Observação: não há defesa que se sustente, se o ataque não segura a bola na frente e tem problemas de finalização.