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Legenda: Júlio Araújo
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Forças transcendentais

O Fortaleza na raça, no brio, na tradição, na história. O Fortaleza que deixa de lado os rigores de qualquer modelo tático e busca no coração as forças transcendentais que o poderão tirar do despenhadeiro. Leão a perigo. Tem sido assim nos jogos recentes. Hoje, em Goianinha, dois extremos: a luta para não cair para a Série D e as remotas chances de classificação. Coisas do futebol. Na disputa de logo mais, alguns que vieram das bases, nascidos no âmago do Pici como Guto, Rogério e Leandro. Portanto, com sentimentos arraigados, embalados pelos sonhos e encantos dos primeiros tempos no clube, fatos bem anteriores às vivências profissionais. Isso também pesa. Quanto à produção do Fortaleza, impossível uma análise já por tantas mudanças acontecidas. Que predomine o bom senso pregado pelo "técnico-relâmpago", Júlio Araújo

Intuição

A estreia de Júlio Araújo pelo Fortaleza o coloca diante de um desafio que nem de longe passava por sua cabeça, justo porque do outro lado, à frente do América, está seu mano, Flávio Araújo. Laços de um mesmo berço, momentaneamente separados pelas responsabilidades profissionais. Júlio veio numa situação emergencial, com tempo exíguo para trabalhar. Por isso mesmo busca na intuição o que seus antecessores, com muitos treinos, não conseguiram.

O cenário

Fiquei curioso, em busca de detalhes sobre Goianinha, que ganhou espaço na mídia desde quando passou a sediar jogos do América e do Alecrim. Dista de Natal 54 km. Foi elevado à condição de cidade em 1928. Área territorial: 192 km². O Estádio José Nazareno fica no bairro Novo Horizonte. Dimensões do campo: 105 x 74 metros. É nesse cenário que o Fortaleza tentará dar o troco da derrota que sofreu em pleno PV, quando o América venceu, de virada, por 3 a 1. Lá estarão no América o goleiro Fabiano (ídolo do tetra pelo Fortaleza) e os atacantes Wanderley e André Neles que também jogaram no Leão. O técnico é Flávio Araújo que já dirigiu o Fortaleza. A TV Diário mostra ao vivo.

Urgente solução

A queda livre do Ceará não pode ser debitada na conta de um só. A derrota, assim como a vitória, deve ser dividida por todos. A perda de qualidade não poderia acontecer de forma isolada senão pela interligação de fatores. Cabe ao técnico Mancini a responsabilidade de retomar o padrão de antes, detectando os motivos do retrocesso e apontando urgente solução.

Motivos

Um time, a não ser que haja fortes divergências internas, não cai de produção porque quer. No futebol há dois momentos mais visíveis em que isso acontece: um racha no grupo ou atraso salarial. Como o Ceará paga em dia, resta a possibilidade de incompreensões internas. Outros motivos que igualmente poderão levar um time a descer de nível são a fadiga e a carência de suplentes à altura para reposição. Nesta parte, vale um exame apurado.

Carga pesada

O Ceará do certame estadual e da Copa do Brasil mostrou-se inteiro na parte física. Mas a exigência da Série A, somando-se depois os dois jogos da Sul-Americana com o São Paulo, mudou a fisionomia do grupo que não mais conseguiu manter o ritmo no segundo tempo, fato observado em várias ocasiões. Muitos elencos não suportam a carga no segundo semestre quando o certame é forte e de longa duração. Pode ser esse o problema alvinegro.

Recordando

E assim se passaram dez anos... Foto batida em 2001. A partir da esquerda: Marta Bonfim e seu se seu esposo Renato Bonfim, seguidos de Fares Lopes e Sílvio Carlos. Detalhe: Fares morreu em 2004. Desportista atuante foi presidente do Fortaleza, da FCF e da Fadec. Nas rodas de amigos, Fares gostava de cantar. Ele tinha estilo bem diferente do seu irmão Fagner. Fares era seresteiro, dono de bela voz.