Interminável sequência
As alterações no comando técnico do Fortaleza na Série C causaram forte estrago. De Ferdinando Teixeira a Arthur Bernardes, que pediu para sair; de Arthur a Márcio Rocha, que pediu para sair; de Rocha a Ademir Fonseca, que pediu para sair. Vem agora Júlio Araújo, que não é de pedir para sair. Ele não é milagreiro, mas não precisará de tempo para conhecer o elenco tricolor. Osmar Baquit foi muito sincero na conversa que eu tive com ele. Disse que embora ainda haja chances matemáticas de classificação, a luta do Fortaleza é mesmo para não cair para a Série D. Se porém os resultados de terceiros favorecerem, ótimo. Mas Baquit não quer iludir ninguém nem fugir da realidade. Inicialmente, o objetivo é manter o Leão na Série C. Se os concorrentes abrirem espaço, aí, sim, mudará o foco para a parte de cima.
Companheiro
Michel, um dos integrantes do cinturão de ferro, é quem mais tem sofrido o desgaste. Motivo simples: os demais ficaram fora, mas ele permaneceu em meio à rotatividade dos demais integrantes. Por isso mesmo, Michel tem dado sinais de fadiga. Em situação assim, o desgaste é natural. Já disse que, quando João Marcos retornar, o trabalho de Michel será aliviado porque terá um companheiro para auxiliá-lo melhor no trabalho de contensão. Michel está sobrecarregado.
Número flutuante
Os desarranjos no Fortaleza decorrem também da elevada rotatividade na cadeira presidencial. Por lá passaram em turbulências Lúcio Bonfim, Marcelo Desidério, Renan Vieira (este pelo menos ganhou o tetracampeonato estadual, lutou e ficou no cargo até o último dia do mandato), Paulo Arthur e agora Osmar Baquit. Este já anunciou que não é homem de sair. Pelo contrário: é candidato à reeleição. Não tenham dúvida de que essa flutuação na cadeira presidencial tricolor também trouxe desgastes. Quando os jogadores notam instabilidade no setor diretivo, logo são contaminados pelas incertezas daí decorrentes. Constantes mudanças de filosofia e de ação prejudicam muito os atletas.
A crise coral se acentua
O Ferroviário mudou de técnico, mas ainda não ajustou as linhas como quer Danilo Augusto. O grito do treinador parece não ter sido ouvido, razão por que o time não alcançou a feição por ele desejada. Os percalços são grandes. E parece que, a curto prazo, não será possível reverter a situação. De qualquer forma, vale acreditar no trabalho do Danilo.
Sem explicação
O Vasco perder de goleada para o lanterna América/MG (4 x 1) não tem explicação. Deu embotamento total. /// É brincadeira justificar a derrota do Flamengo para o Bahia apenas pela ausência de Ronaldinho Gaúcho. /// Não depreciem a vantagem de quem tem um jogo a menos na Série A. Pode até não ganhar três pontos, mas preserva a expectativa de faturá-los. Já quem está com o número de jogos em dia nada mais poderá acrescentar.
Notas & notas
A entrevista que Nathália Lobo fez com Sebastião Belmino, inserida no blog "Belas no Esporte", repercute. Concordo com a Nathália: é difícil não se encantar com esse "macho véi". /// A terceira divisão cearense, como lembrou Levi de Freitas, tem clássico de times que foram campeões cearenses: Maguary x Calouros do Ar (amanhã, 15h30, no PV). /// Lamento não mais ver em nenhuma divisão cearense o América, que também foi campeão estadual.
Recordando
Década de 1990. Nestes tempos atuais em que as comissões técnicas pouco permanecem no Fortaleza, vejam esta comissão que demorou uma temporada no Leão, onde fez bom trabalho. A partir da esquerda: Eduardo Ortiz, Roberto Oliveira e Chicão. Garanto que poucos torcedores lembram da passagem desse trio pelo Pici. (Colaboração de Ricardo Amorim).