Uma camisa vazia
Empate com o Inter (1 x 1) foi ruim, mas justo. Os dois times dividiram bons e maus momentos. O Ceará pouco melhor na fase inicial. Fez o gol de pênalti com Washington. Este, alias, perdeu duas grandes oportunidades; numa delas mandou na trave. O Inter mostrou melhor toque, levado por Andrezinho. Gaúchos desperdiçaram chances com Kleber e Jô. A camisa 10 do Ceará parecia vazia. Na fase final, precipitado recuo de Enrico deixou Erivelton e Fabrício na pior. Resultado: Jô empatou. Cresceu o Inter com o gol e a entrada de Ilsinho e Alex. Tal como diante do Bahia, o Ceará sumiu. Torcida pressionou. Só aí Mancini fez entrar Felipe e Edmilson. O Ceará reanimou. Edmilson, de falta, obrigou Muriel a fazer bela defesa. Mas risco maior passou o Ceará: Jô perdeu inacreditável chance. Dolorosa conclusão do jogo: a camisa 10 do Ceará continua vazia.
O de sempre
Outra vez Osvaldo. Ele, sempre ele. Fôlego e velocidade. Dele o lance que originou o pênalti e o gol de Washington. Mas até quando Osvaldo suportará a carga que lhe está sendo imposta? É ele quem conduz, força, dribla, assombra os adversários. Houve um momento em que, talvez por se encontrar sempre só entre tantos adversários, não viu Washington que ao seu lado tinha melhor condições de marcar o gol. Aí o lance foi desperdiçado. O ataque não pode viver só de Osvaldo.
Observações
O goleiro Diego mais uma vez salvou o Ceará. Duas defesas espetaculares em conclusões de Kleber e Andrezinho. /// O Inter teve duas chances incríveis para virar o placar. A primeira com Oscar, sozinho, de cabeça. Ele errou o canto; a segunda com Jô, que, sozinho, perdeu. /// Enrico pode ser bom jogador, mas não está sendo feliz no Ceará. Em nenhum momento conseguiu entrar no jogo. E ainda levou azar no recuo de bola que resultou no gol de empate do Inter. Lamento por ele, que tanto quer acertar. /// Washington acredita tanto nas suas conclusões de cabeça que até em bola baixa ele quer cabecear. Ontem, numa bola favorável à finalização com o pé, ele preferiu cabecear. Foi cômico.
Dono da camisa ainda lembrado
Geraldo foi embora. Faz tempo. Mas até agora ninguém preencheu os requisitos necessários para o substituir com a mesma competência. Pela "10" vários atletas já passaram. Mas nenhum manteve boa produção continuada. Ontem foi notória essa carência. Enquanto ninguém ali se firmar, Geraldo será lembrado. Urge a contratação de um bom camisa 10.
Foguete nos estádios
Mané Fogueteiro foi música que na década de 30 fez sucesso na voz de Augusto Calheiros. Já Rosinery Mello, em 1989, ficou famosa como a "Fogueteira do Maracanã" porque lançou um sinalizador no gramado quando Brasil ganhava do Chile (1 x 0), Eliminatória da Copa de 90. Confusão feia. Rosinery morreu este ano. Quem tentou fazer sucesso por aqui com rojões, mas pediu para ir embora, foi o ex-técnico do Fortaleza, Ademir Fonseca.
Pioneiro
O primeiro torcedor a levar foguetes para um campo de futebol no Brasil foi o famoso e inesquecível Jocelyn Brasil, conhecido também como Pedro Zamora, que escrevia crônicas esportivas. Aconteceu num Bangu 4 x 0 Fluminense em 1933, no Estádio das Laranjeiras no Rio. Esse fato foi contado por Jocelyn ao pesquisador Airton Fontenele. Jocelyn foi coronel-aviador da FAB. Pelo visto, os episódios dos foguetes no futebol vêm de longe...
Recordando
16.12 1970. Casamento do ex-jogador Marcelo Rocha. A partir da esquerda: Vicente Trajano (ex-jogador campeão do Norte pela Seleção Cearense em 1954, ex-técnico e ex-árbitro de futebol) e sua esposa; Marcelo Rocha e a noiva Totó (filha do Vicente Trajano); os pais de Marcelo. Detalhes: Vicente morreu há alguns anos. Marcelo está aposentado. (Colaboração de Jurandy Neves).