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Legenda: Ribamar Bezerra
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O destino do Fortaleza

É inacreditável que um time como o Fortaleza tenha descido tanto. Em 2003 o Leão estava na Série A nacional, mas foi rebaixado. Logo voltou à elite do futebol brasileiro, onde ficou nos anos 2005 (13º) e 2006 (18º), quando foi novamente rebaixado para a Série B. Desde então, o tricolor não mais encontrou o caminho da ascensão. Pelo contrário, foi outra vez rebaixado, disputando a Série C em 2010. E agora está numa situação mais delicada ainda, temendo cair para a Série D. Qual o motivo de tamanho declínio? Resposta simples: falta de planejamento para tornar o clube autossuficiente. Enquanto o Fortaleza depender da ação isolada de poucos conselheiros mais abastados, sempre passará por dificuldades. Clube de massa tem de ser negócio rentável e não apêndice de diversão de alguns interessados.

Falta suporte

O ex-presidente Ribamar Bezerra tentou modernizar o Fortaleza e conseguiu avanços. Mas estes ficaram na estrutura física. Agora mesmo cuida do CT do clube. Mas não deixou arcabouço capaz de garantir receita consistente e permanente como, por exemplo, o suporte da torcida em programas tipo sócio-torcedor. Entrará para a história quem libertar o Fortaleza dos humores dos dirigentes. Há exemplos que devem ser copiados, ainda que originados do maior rival.

Problemas

Está faltando ao Ceará um homem para ação permanente na ligação ao ataque. Thiago Humberto às vezes dá show, mas às vezes se perde. Varia numa oscilação que preocupa muito. Não sem razão Geraldo continua lembrado. Deixaram o homem ir embora, imaginando que tinham em casa opções para o lugar dele. Ledo engano. Muitos os testados e nada de um nome definitivamente escolhido. Por ali já passaram Felipe Azevedo, Enrico e outros mais. Outro problema: observem quantas vezes Osvaldo dispara com a bola e fica sem alguém para o diálogo. Então logo é neutralizado. Isso cansa o próprio Osvaldo. Se um companheiro encostasse, Osvaldo poderia dar melhor sequência aos lances.

Agradável surpresa

O zagueiro Cleber ainda não tinha feito uma atuação convincente pelo Ceará. Mas, escalado de surpresa por Mancini diante do Bahia, agigantou-se. Teve desempenho notável. Em alguns momentos até subiu em apoio ao ataque. Cleber estava em débito com a torcida. Não está mais. Jogou duro, mas de forma leal. Os atacantes do Bahia que o digam.

Goleiraços

Quem é melhor, Diego ou Fernando Henrique? Essa pergunta está na boca da torcida do Ceará. É difícil responder. Cada um, a seu tempo, tem correspondido. Houve momentos em que Fernando Henrique superou Diego. Lembram-se daquele empate com o Flamengo no Rio? Fernando, ali, fez milagres, defesas inacreditáveis. Mas, no momento, Diego está insuperável. Há disputa leal pela posição. Melhor para o Ceará que está muito bem servido.

Notas & notas

Há algo por trás dos protestos registrados nos estádios brasileiros contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira? Verdade que há senões na conduta do Teixeira em questão, mas essas manifestações não partem das arquibancadas senão de grupos que certamente tiveram interesses contrariados. Basta esperar para ver. Se fosse protesto contra o clube ou contra dirigentes do clube, seria normal. Mas contra o presidente da CBF... Aí tem coisa.

Recordando

Década de 1960. Foto enviada por Jerônimo Monteiro, presidente da Associação dos Ídolos do Futebol Aracatiense. Segundo ele, a partir da esquerda: Alfredo, Jonas, Edilberto, o árbitro (não é o Alzir Brilhante como citou), Assis, Fernando Holanda, Zé Limeira e o treinador Geraldo Bernardes. Os três últimos integrantes, creio, da delegação do Quixadá. Aguardo confirmação dos nomes de todos.