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Reverências a Diego e Osvaldo

Placar enganoso. O Ceará goleou o Bahia (3 x 0), mas, por mais paradoxal que pareça, passou terrível sufoco. O Ceará controlou a situação até Thiago Humberto marcar 1 a 0. Depois cedeu espaço. Aí o Bahia, com Lulinha e Diones, Jones e Júnior, começou a se impor. Na fase final, o Ceará arriou. Boiadeiro, Vicente e Thiago Humberto perderam o ritmo. O Bahia tomou conta do jogo. Teve condições de empatar e virar o placar, em quatro chances, mas Lulinha e Júnior desperdiçaram as mais importantes. Mancini demorou a mexer, mas enfim colocou Patrick e Felipe Azevedo. Melhorou. Num contra-ataque, Osvaldo driblou três e entregou para Felipe ampliar. Edmilson entrou e sacramentou 3 a 0. Placar injusto. Mas futebol é assim mesmo: o Ceará deu um baile no Cruzeiro e perdeu. Ontem, apesar engolido pelo Bahia na produção, ganhou.

Espetaculares

O goleiro Diego salvou o Ceará. Fez defesas sensacionais, duas delas seguidas num lance só, confirmando seu extraordinário momento. Reflexos e preparo físico no ponto. Em jogos anteriores, Diego também fizera defesas monumentais. Experimenta fase impecável. Outro que também livrou o Ceará do sufoco foi Osvaldo. O gol de Felipe Azevedo (2 a 0) nasceu de obra de arte de Osvaldo, que se livrou de três marcadores. Ontem, Diego e Osvaldo fizeram a diferença.

Ato de contrição

Desengano entre os torcedores do Fortaleza. Desilusão que aumenta, vendo aproximar-se o abismo da Série D. A frustração, após o empate com o Campinense no PV, duplicou porque veio depois da esperança com o gol de Bala e o resultado do Guarany diante do América. Nem assim deu. O ato de contrição, como arrependimento das próprias culpas, não exime da responsabilidade jogadores e dirigentes. Os erros passam por todos os setores. Mas o maior foi não contratar, ao sinal da primeira crise, um técnico durão, estilo Arnaldo Lira, que tem perfil para resolver situações adversas e de alto risco. Treinador de posições incisivas, não paternalista, e blindado contra influências de terceiros dentro do clube.

Eterno ídolo dentro do gol

Emocionante a homenagem prestada pelo Ceará, ontem no PV, ao eterno ídolo alvinegro, Gildo. Levado literalmente para dentro do gol no qual definiu tantos títulos, Gildo ergueu os braços e foi aplaudido de pé pela multidão alvinegra. Na passagem dos 50 anos de seu primeiro título pelo Ceará, ele recebeu do presidente Evandro Leitão uma placa alusiva ao fato.

Campanha

O Icasa fechou na faixa intermediária a primeira volta da Série B. Poderia ter ficado muito melhor se não tivesse tropeçado tanto no Romeirão, onde empatou e perdeu jogos incríveis. Aliás, imperdoável o vacilo que permitiu no Canindé a reação da Portuguesa (3 x 3). A Lusa esteve perdendo por dois gols de diferença. Se não tivesse deixado escapar tantos pontos em casa, o Verdão teria terminado a primeira volta na liderança. Mas valeu.

Observações

O melhor de Ceará 3 x 0 Bahia: goleiro Diego. /// Destaque do Bahia: Lulinha. Trafega fácil com dribles curtos e passes perfeitos. Seu defeito: perder chances incríveis. /// A surpresa: ótima atuação de Cleber, um gigante nos momentos mais difíceis. /// Vicente teve dificuldades neste seu retorno. Sentiu a falta de ritmo. /// Erivelton voltou muito bem, sóbrio e eficiente nas disputas. /// Sentida a ausência de Heleno, João Marcos e Rudney.

Recordando

1957. Defesa e linha-média do Ceará. A partir da esquerda (em pé): Cláudio, Damasceno e Carneiro. Na mesma ordem (agachados): William Ponte, Harry-Carey (Sebastião Cordeiro dos Santos, seu nome verdadeiro) e Alexandre Nepomuceno. Detalhes: desse grupo estão vivos Cláudio, Carneiro e Alexandre Nepomuceno, que foi notável zagueiro. (Colaboração de Jurandy Neves de Almeida, no Montese).