O 1º goleiro que vi em ação foi Ivan Roriz. Ano 1956, no PV. Jogava no Ceará. Uniforme todo preto. Camisa com o Nº 1, branco, às costas. Nunca esqueci. Depois dele outros goleiros espetaculares passaram pelo Vozão, mas nenhum me deixou de ídolo a imagem intocável, perfeita, quase imaculada. Agora chega Fernando Prass, que eu vi no Vasco da Gama, onde ele teve momentos inesquecíveis.
Prass disse que deseja marcar o seu nome na história do Ceará. Aí me veio à lembrança um outro goleiro que também brilhou no Vasco e, já maduro, veio fazer história no Ceará: Ita. Foi titular da memorável campanha do Ceará campeão do Nordestão em 1969. Sim, aquele da virada espetacular sobre o Remo. Ita também jogava com o uniforme todo preto, número um, branco, às costas. Foi titular de um Vasco que formava com Ita, Paulinho e Bellini; Écio, Orlando e Coronel; Sabará, Almir, Delém, Roberto Pinto e Pinga. Timaço. Fernando Prass está aí. Se quiser fazer história no Ceará, pode eleger Ita como modelo.
Ídolos
Interessante como fascinam os goleiros que fazem história. Veja no Fortaleza o caso de Rogério Ceni. Quando goleiro espetacular, no São Paulo e na Seleção Brasileira, ganhou o epíteto de Mito. Encerrou carreira, mas seguiu e segue Mito, sempre assediado pelo público. Continua como se ainda goleiro fosse.
Fusão
Há muito Rogério Ceni é técnico, mas, na mente e no coração dos torcedores, a imagem que ainda predomina é a do goleiro ídolo. São dois Rogérios distintos e um só verdadeiro que, numa milagrosa fusão de imagens, ora aparece goleiro, ora aparece treinador. Importante é que ele permaneça vitorioso.
Não sei
Qual o melhor goleiro do Fortaleza em todos os tempos? Cito nomes para o leitor definir: Pedrinho Simões, Cícero Capacete, Pedronito, Lulinha, Bosco, Maizena, Aloísio II (Verdureiro), Jefferson, Boeck, Harry Carey... Nesse caso, vale não só o talento, mas um longo tempo de permanência no clube, fato essencial para a fusão de imagens.
Hoje, vou ter a oportunidade e também a alegria de ver pela TV Diário o jogo Atlético x Guarany de Sobral, direto do PV. Momento especial para reavaliar o Bugre que cumpre elogiável campanha. O Guarany, ao lado do Barbalha, é uma das sensações deste início de temporada. Destaque para o artilheiro Ciel.
É impossível, no mundo dos negócios do futebol, investimento para um campeonato que tem três meses de duração. Quem vai montar um grande time, sabendo que efêmero é o certame? Já imaginaram alguém abrir uma loja com prazo fixo de existência, limitado apenas a três meses de atividade. É o "estadual".