Exibição de gala no futebol é exceção

Leia a Coluna desta terça-feira (28)

Legenda: O Fortaleza teve uma atuação de gala contra o Sport na Arena Pernambuco, goleando por 4 a 1
Foto: Leonardo Moreira / Fortaleza EC

Ainda repercute a belíssima apresentação que o Fortaleza fez na Arena Pernambuco, quando goleou o Sport (1 x 4). Uma exibição como aquela faz parte do rol das exceções. A rigor, nesta minha vida profissional de quase 59 anos de batente, poucos times foram capazes de repetir exibição por cima de exibição. Lembro o Flamengo de Júnior, Andrade, Zico, Adílio e Tita. Esse desfilava seguidas vezes. Vi o Cruzeiro de Piazza, Tostão, Zé Carlos e Dirceu Lopes. Vi o Santos de Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Foram times imortais que ficavam muito acima da média. No plano regional, vi o Náutico-PE de Salomão, Nado, Bita, Nino e Lala. 

O Fortaleza, na exibição que fez em Recife, lembrou os esquadrões gloriosos em dia de grande inspiração. Mas é claro que a realidade do Leão é diferente. Ninguém vai esperar sempre uma apresentação de gala como a registrada em Recife. Outras belas apresentações poderão acontecer, claro. Mas, algo semelhante ao primeiro tempo diante do Sport, creio que será difícil. Ah se o futebol fosse feito apenas de espetáculos assim! Seria bom demais. Mas a realidade é outra. São comuns as oscilações. 

 

Coletivo 

 

No esporte coletivo, é comum a variação de qualidade de um jogo para o outro. Creio que o Fortaleza ainda fará outras belas apresentações. Tem time para isso, sim. Mas há fatores que pesarão. Cito, por exemplo, o desgaste, o cansaço, a maratona de jogos. Então se torna imprevisível determinar quando o Leão repetirá o show dado em Pernambuco. 

 

Exibições 

 

Poucas seleções no mundo deram uma sequência interminável de shows. Cito as que eu vi. A Seleção Brasileira de 1958/1962. A Seleção Brasileira de 1970. A Seleção da Holanda de 1974. A Seleção da Espanha de 2010. Foram equipes encantadoras. Dizem que a Seleção da Hungria de 1954 também deu show. Mas essa eu não vi em ação.  

 

Realidade 

 

O Ceará aproxima-se da zona de classificação. Ótimo. Mas é preciso analisar duas coisas: o Vozão ganhou da Chapecoense, mas passou por extremas dificuldades. Ainda não revela superioridade com total confiança. Além disso, não se pode perder de vista que Goiás, Sport, Mirassol e Avaí têm um jogo a menos. 

 

Curiosidade 

Interessante: dois times do G-4 da Série B, Santos (1º) e Sport (4º), foram mais derrotados que o Ceará. O Santos perdeu dois jogos (Amazonas, 1 x 0; América-MG 2 x 1). O Sport também perdeu dois jogos (Ituano, 1 x 0; Avaí, 1 x 2). O Ceará perdeu apenas um jogo. Perdeu para o Mirassol (3 x 2). O Ceará empatou demais: três vezes. 

 

Fase excepcional 

 

Richard está cada vez melhor. Na vitória sobre a Chapecoense, ele fez significativas defesas. Salvou a meta alvinegra. Atravessa uma fase excepcional. Erick Pulga também está cada vez melhor. O garoto é liso. Bem que o zagueiro da Chape tentou pará-lo com falta no lance que resultou no pênalti. Não conseguiu. Ah, se os demais alcançassem o padrão dos dois. 

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