A ginasta brasileira, Rebeca Andrade, alcançou os píncaros da glória. Na Olimpíada do Japão 2020, havia conquistado medalha de ouro no salto e medalha de prata (individual geral). Na Olimpíada de Paris 2024, conquistou ouro no solo, prata (individual geral), prata no salto e bronze (por equipes). No total, seis medalhas.
Por trás do sucesso de Rebeca Andrade, há uma mulher extraordinária, que, ao mesmo tempo, é pai e mãe: Dona Rosa Santos. Trabalhou pesado, sozinha, como faxineira, para garantir o sustento de sete filhos. O pai de Rebeca, Ricardo Andrade, saiu de casa quando Rebeca ainda era muito pequena.
Nas recentes entrevistas, Rebeca deixou claro que sofreu com a distância do pai. Mas fez uma bela declaração: “O meu pai é meu pai e nunca vai deixar de ser meu pai. Eu o amo muito. Tenho um carinho enorme e lembranças muito boas com ele”. Ficou claro que no coração dela não há mágoas.
Rebeca soube valorizar o apoio da mãe, dona Rosa, e dos irmãos. Mostrou que a união deles foi fundamental para a superação das dificuldades, principalmente dos primeiros tempos. Assim, a meu juízo, Rebeca ganhou também o pódio mais importante, ou seja, o pódio dos sentimentos bons, longe de qualquer ranço.
Dona Rosa é aquela mulher determinada. Como tantas outras brasileiras, uma mulher de fibra, que não se curva diante das adversidades. Que vai à luta pela família, pelos filhos, com fé e coragem. As medalhas da Rebeca são medalhas da Dona Rosa. Sem dona Rosa, certamente a Rebeca não teria alcançado o que alcançou.
Observem a valorização do apoio familiar nas colocações feitas pela campeoníssima Rebeca Andrade. O irmão mais velho, que a levava aos treinos, andava a pé duas horas por dia, até chegar ao local dos treinamentos. Depois, ele conseguiu comprar uma bicicleta. Aí ficou um pouco melhor.
A outra gigante da ginástica mundial, Simone Biles, passou por sérios problemas. Foi abandonada pela mãe, Shanon, que era dependente química. Simone e seus irmãos foram adotados pelo avô Ronald e pela esposa dele, Nellie. No pai adotivo Simone encontrou o apoio para alcançar as glórias que alcançou na ginástica mundial.
Observem que Simone Biles e Rebeca Andrade têm em comum dramas familiares. Rebeca sofreu com a distância do pai. Simone sofreu porque foi abandonada pela mãe. Mesmo passando por sofrimentos interiores, ambas conseguiram seguir em frente. Notáveis campeãs. São exemplos de vida para todas as gerações.
Quanta diferença entre o comportamento compenetrado destas gigantes da ginástica mundial, quando comparado com as extravagâncias de certos ídolos do futebol. Alguns, useiros e vezeiros nos desregramentos de toda ordem. Outros, bobinhos montados em fortunas. Vida que segue.
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