Delicada a situação do Ceará

Mais um jogo sem vitória faz o Vozão. Preocupante. Em circunstâncias normais, um empate diante do Athletico em Curitiba seria um bom resultado. Mas, para quem está com o mesmo número de pontos (15) do primeiro time da zona de rebaixamento, novo empate virou séria dor de cabeça. O Athletico, porque em casa, tomou a iniciativa. Teve o jogo sob controle na maior parte do tempo. Tentou jogadas de velocidade com Fabinho, Cittadini e Kaizer, mas nenhuma situação clara de gol. Nessa fase, por mais paradoxal que pareça, quem esteve próximo de abrir o placar foi o Ceará. Ricardinho mandou uma bomba. Jandrei fez defesa parcial. A bola bateu na trave. Na fase final, o Athletico apertou mais ainda. O Ceará tentou as jogadas de contra-ataque com Matheus Gonçalves, que entrou no lugar de Leandro Carvalho. Numa delas, ele perdeu boa oportunidade. Embora o anfitrião tivesse maior posse de bola, novamente foi o Ceará que mais perto de fazer o gol esteve. Numa bola lançada de escanteio, Luiz Otávio desperdiçou a melhor chance do jogo. Ele chutou fraco, meio sem jeito. Deu tempo para Abner salvar na sequência. Um ponto para cada, ruim para os dois. Mas o empate acabou sendo justo. 

Surpreendente 
O técnico Rogério Ceni, a cada dia, há mostrado superior compreensão sobre as coisas do futebol. Sai do trivial, do comum. Surpreende com escalações que, a princípio, parecem até sem sentido, mas que respondem plenamente quando a bola rola. Foi o caso da escalação com Gabriel Dias e Ronald anunciada antes do jogo com o Atlético.

O grito 
Não faz muito, um microfone pegou o Ceni, aos gritos, dizendo: “Tinga, você não é ala”. Agora pergunto: o que é que o Tinga é? O que o Tinga era quando na frente da área do Atlético-Mg mandou aquela bola açucarada para David desencantar e fazer o gol? Lateral? Meia? Volante? Ceni sabe usar o potencial de seus atletas em diversas posições.

Volante
Nas escalações anunciadas por Rogério Ceni, não fixe sua observação na nomenclatura, ou seja, se volante, lateral, meia. Aguarde para saber que função em campo terá o jogador. Só então procure compreender qual a proposta tática que o time terá. Caso de Ronald. O papel dele no tricolor tem sido diversificado, na frente. E jogando muito bem. 

Observem também as funções de Gabriel Dias. Coisa recente, os analistas entendiam que Gabriel Dias era lateral-direito com maior habilidade para marcar. Tinga, pelo contrário, tinha mais inclinação para o apoio. Hoje, Gabriel Dias é visto em várias posições em campo.

No jogo diante do Santos, Gabriel Dias salvou um gol, quando Felipe Alves já estava batido. Depois, ele marcou, de cabeça, o gol de empate do Fortaleza. E ainda teve outra oportunidade para marcar. Uma grande exibição. Qual a posição dele ali? E assim Ceni vai surpreendendo.