De volta à normalidade da vida

O Cantor da Multidões, Orlando Silva, gravou em 1940 uma música intitulada "Por Quanto Tempo Ainda?", bela composição de Joubert de Carvalho. Sucesso absoluto. Ontem ouvi essa canção. Uma aula de canto dada por Orlando. Minha curiosidade está no título da música que tem tudo a ver com o momento atual. Afinal, por quanto tempo ainda o futebol parado? Por quanto tempo ainda a incerteza das coisas? Por quanto tempo ainda o mundo suportará uma crise de tamanha dimensão? O humorista Tom Cavalcante, meu amigo dos tempos do Nordeste Rural, gravou a paródia "O Dia Em Que O Corona Acabou". Ele mostra o retorno às atividades. A volta à normalidade da vida. O sonho de todos nós. O cantor Ciço Gato gravou a música "Eu Sonhei com John Lennon". Uma fantasia, gostosa brincadeira do rapaz. O jeito mesmo é tentar de tudo para não entrar em parafuso ou cair numa grave depressão. Verdade é que, quanto mais demorar a definição, mais agoniado todos nós vamos ficando. Cansei do Youtube. Cansei das redes sociais. Saudade da bola rolando. Por quanto tempo ainda? Por quanto tempo ainda? Por quanto tempo ainda?

Fuga necessária

Para não ficar atônito, uma ida ao passado pode aliviar os corações. Antero Neto se mandou para 1958 na Suécia. A Rede Globo viajou para 2002 e mostrou a conquista do penta pelo Brasil em gramados japoneses. O Raimundo Doido, humorista do Sistema Verdes Mares, disse que a TV alemã preferiu mostrar Alemanha 7 x 1 Brasil.

Espanha

O comentarista e ex-jogador Tostão resolveu viajar para 1982 na Espanha. Aí fez uma análise da paixão e castigo daquela Seleção de Zico, Sócrates, Junior e Falcão. Um timaço que deixou muita gente encantada, mas também desapontada. Para mim, uma boa seleção, mas nada de extraordinário como quiseram pintar.

Lógica das coisas

Estamos descobrindo o óbvio. Se não podemos ir para frente, o jeito é caminhar para trás. Ficar onde está leva à loucura. Corretos todos os que optaram por caminhar pelas ruas, ruelas e avenidas da saudade. Cada país retirando do baú os seus feitos notáveis. Os húngaros vão buscar Puskas. Os holandeses, Cruyff...

Teremos amplos espaços para ocupar a mente com grandes vitórias nacionais. E não apenas no futebol. Que tal repassar Maria Ester Bueno três vezes vencedora em Wimbledon na década de 1960? Muitos da nova geração nem sabem que no tênis, antes de Guga, houve essa estrela paulista que encantou o mundo.

Que tal voltar à década de 1960 para rever as grandes vitórias do pugilista Éder Jofre, duas vezes campeão mundial de boxe? Muita gente das novas gerações talvez nem saiba que, antes do bicampeão mundial, o baiano Acelino Popó Freitas, houve Éder Jofre, um paulista notável na prática do pugilismo.