De Vicente Feola a Ancelotti, a sina da Canarinho

Hoje, chega ao Brasil o novo treinador da Seleção Brasileira. Será o primeiro estrangeiro oficialmente contratado para a dura missão de ganhar a Copa do Mundo. Antes, alguns estrangeiros dirigiram a Canarinho, mas em circunstâncias eventuais, passageiras. Agora é diferente.

Ancelotti vem como salvador do futebol. Um gênio. Um sábio. Um mago. Na ótica do afastado presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que o contratou, os treinadores brasileiros estão todos ultrapassados. Estagnaram. Ficaram para trás. Chegou a hora de conferir.  

O assunto é polêmico. Nos times que Ancelotti dirigiu, ele sempre contou com estrelas máximas. Verdadeiras seleções internacionais. Agora terá as limitações que não teve por onde passou. Certamente, será um dos maiores desafios de sua vida, senão o maior.   

As coisas mudam. Feola, primeiro técnico campeão do mundo pelo Brasil, ganhou o título mundial, batendo os europeus lá na Europa. Agora, 67 anos depois, o Brasil, para tentar voltar a vencer, foi buscar na Europa seu novo técnico. Capitulamos.   

Ajuntamento  

A culpa pelo fracasso do Brasil nas competições internacionais é dos treinadores? A meu juízo, não. Nossos treinadores são bons. O problema está na estrutura e na forma de preparação da seleção Canarinho. É mais um ajuntamento de última hora, sem tempo sequer para uma preparação adequada.  

Aposentados  

Quer dizer, então, que Renato Gaúcho, Mano Menezes, Luiz Felipe Scolari, Fernando Diniz, Dorival Junior, Tite, Rogério Ceni, Filipe Luiz, Vanderlei Luxemburgo, Falcão, Zico, enfim, todos, em termos de Seleção Brasileira, estão aposentados? Que absurdo! O nome da vez agora é Carlo Michelangelo Ancelotti Cavaliere.  

Torcida

Não sou xenófobo. O cargo de treinador da Seleção Brasileira não é privativo de brasileiro nato. Apenas entendo que o problema não está no comando técnico. Mas vou torcer por Ancelotti. Se ele for campeão do mundo, comandando o Brasil, eu o aplaudirei com o mesmo entusiasmo com que aplaudi Vicente Feola em 1958.  

Crise

Carlo Ancelotti chega em um momento de grave crise no alto comando da Confederação Brasileira de Futebol. Quem o contratou, o ex-presidente Ednaldo Rodrigues, foi afastado por decisão judicial. E os clubes estão divididos. Isso é muito ruim.  

Missão

Está aí o novo treinador. Terá a honra de comandar a mais vitoriosa seleção da história da FIFA. Que alcance, no seu trabalho aqui no Brasil, o mesmo êxito que Vicente Feola, Aymoré Moreira, Mário Jorge Lobo Zagallo, Carlos Alberto Parreira e Luiz Felipe Scolari alcançaram, ou seja, o título de campeão do mundo com a Canarinho.