Curiosos fatos registrados em coberturas esportivas internacionais

Estive em quatro Copas do Mundo no exterior: Itália (1990), Estados Unidos (1994), França (1998) e Alemanha (2006). É natural que haja dificuldade de comunicação pela diferença de idiomas. Na Itália, dois companheiros tiveram problemas com a expedição de credenciais: Gilson Melo, de Natal-RN, e o saudoso Foguinho (Francisco de Assis Silva), de Juazeiro. Como não conseguiram a solução de imediato, foram tentar resolver a questão no próprio Estádio delle Alpi em Turim. Como Foguinho era baixinho, a turma o colocou bem no meio do grupo para passar em bloco e resolver o problema depois. E assim foi feito. Deu certo.  O nosso Fogo resolveu a questão e deu sequência normal à cobertura. O caso de Gilson Melo foi mais complicado. Teve de ir a Roma. Lá, através de um amigo comum, levou o assunto ao Rei Pelé. Pouco depois, estava o Gilson na limousine do Atleta do Século, indo tratar do imbróglio da credencial junto à Fifa. Quando voltou a Turim, já chegou com uma credencial mais completa que as de todos os demais companheiros. Assuntos resolvidos, Gilson e Foguinho, já cheios da razão, cobriram os demais jogos da competição.

Primeira viagem

O operador de som, Altenir Bernardo, o Mossoró, assim que chegou de Mossoró foi designado para cobrir a Copa da França em Paris. No avião da Varig, a comissária de bordo ao oferecer o jantar, perguntou ao Mossoró: “O senhor quer massas ou carne?” Ele respondeu: “O que vier morre”. A moça completou: “Morrer eu sei que morre, mas o senhor tem de escolher”.

Sufoco

Após pousar o avião em Paris, o comandante avisou que os aeroviários franceses estavam em greve. Cada passageiro teria de identificar suas bagagens, pois todas seriam colocadas sob as asas do avião. A bagagem da Verdinha era imensa. Lá fomos nós, empurrando a parafernália pela pista até ao terminal. Incrível desrespeito. E os franceses nem aí...

Eleição

Mossoró foi eleito o mais simpático profissional de imprensa da Copa da França, fato que repetiria na Copa da Alemanha em 2006. Ele fez amizade com gente do mundo todo. Mesmo falando apenas o idioma português, comunicou-se com russos, alemães, suecos, franceses, o escambau. Com seu sorriso, a todos ganhou.  

Joseph Blatter era candidato a presidente da Fifa. Quando Blatter chegou ao Centro de Imprensa em Paris, Mossoró, no meio de profissionais do mundo todo, levantou-se, abriu os braços e gritou: “Joseph Blatter, meu amigo”. Blatter também abriu os braços. Em segundos, Blatter e Mossoró estavam abraçados e fotografados pela imprensa do mundo.

Esse fato, que registrei numa foto, aconteceu no salão nobre do Centro de Imprensa em Paris. Os jornalistas do mundo todo, perplexos, não entenderam nada. Depois procuraram saber quem era o Mossoró, de tamanho prestígio. Até hoje devem estar zonzos, sem saber.