Coluna Tom Barros

Desmontes previstos

Todos os anos é assim: os times da faixa intermediária, que não mais podem subir para o G-4 ou descer para a zona maldita, perdem o interesse pela competição e passam liberar técnicos e jogadores. Acontece um natural relaxamento. Ninguém se cobra. E seja o que Deus quiser... Pior para quem depende de bons resultados das equipes desmontadas e melhor para quem vai enfrentar essas equipes enfraquecidas. Veja o caso do Sport/PE: pega um Boa Esporte fragilizado pela saída do técnico Nedo Xavier e pela dispensa de Marcelinho Paraíba. Sim, o Sport não tem nada a ver com isso. E, claro, procurará tirar o melhor proveito da situação. Os desmontes estavam previstos.

Encontro. Em Porangabuçu, a partir da esquerda: Ricardo Santos, o presidente do Ceará Evandro Leitão e Cristiano Santos, do Memofut, que cuida da preservação da memória do futebol cearense. Cristiano já possui um vasto acervo de fotos do Ceará Sporting Club.

Condições

Para o Ceará tirar proveito do desmonte do Joinville, que liberou meio time, terá de bater no Palmeiras e torcer por tropeço de Sport ou Icasa. Aí o alvinegro de Porangabuçu é que ficaria numa Boa, pois do time principal do Joinville pouco restou e a decisão da vaga aconteceria no Castelão: o Ceará querendo jogo; o Joinville, férias.

Dinheiro

Há quem diga que somente uma grana especial poderia estimular os times que foram desmontados. É verdade. Mas não devolve a qualidade que fica definitivamente comprometida com o desmonte. De qualquer forma, em última instância, a "mala" é um expediente usado por muitos. Os resultados, porém, são duvidosos.

Dependência

Na luta para ingressar no G-4, o Ceará precisa de um bom resultado do Boa diante do Sport/PE (até um empate ajudará). Lamentável que o Boa tenha antecipado a sensação de férias até para quem continuará trabalhando. Pelo visto, o Boa Esporte, se pudesse, nem cumpriria os dois jogos restantes da tabela. Síntese: fecharia as portas temporariamente e só voltaria em 2014. Para mim, será surpresa se o Boa complicar a vida do Sport, mesmo sendo a partida em Minas. Motivo simples: o Sport quer jogo; o Boa quer descanso.

Caminho

João Marcos é no Ceará a imagem do combate. No modelo atual, que é mais ofensivo, cabe a ele empregar esforço maior para cumprir a tarefa. Difere do tempo em que tinha a ajuda de Michel e Heleno. No atual time, são remanescentes da memorável ascensão de 2009 apenas João Marcos e Mota. Eles conhecem o caminho.

Também conhece

No Icasa, quem conhece o caminho da ascensão é Geraldo. Subiu com o Ceará em 2009. É a base da experiência para segurar o time. Não tem mais a mobilidade e velocidade dos jovens, mas compensa porque conhece os atalhos. É a voz que neutraliza a afobação dos menos vividos e calejados numa fase tão complicada quanto esta da atual Série B.

"Há um desafio. Mas entendo ser possível fazer do Ferroviário um time forte para 2014. No planejamento, a reformulação das estruturas, mas numa linha de trabalho bem realista".
Edmilson Júnior, Novo presidente do Ferroviário