Coluna Tom Barros

Acima dos cinquenta

Os times com pontuação acima de cinquenta estão na briga. Mas hoje só dois deles irão à luta: Icasa (56) e Ceará (56). Os demais, amanhã. Se houver vitória do Icasa sobre o Paysandu e do Ceará sobre o Guaratinguetá, a pressão sobre os outros concorrentes terá efeito devastador, porquanto também terão de vencer seus compromissos, caso queiram manter a esperança de G-4. Essa pressão poderá fazer a diferença. É sob pressão que os times mais erram. Figueirense (55), Joinville (53), Avaí/SC (53), América/MG (53) e Paraná (51) torcem contra Icasa e Ceará. Isso é normal.

Ausência. Sem Ricardinho fica quebrado o melhor modelo do Ceará. Sua ausência certamente será muito sentida. Perde o Ceará um homem de lançamentos precisos e bom nas cobranças de falta. Com ele o Vozão é mais ofensivo.

Substitutos

O goleiro Jailson no lugar de Fernando Henrique não gera preocupação. Há algum tempo, quando teve uma chance, fez bela partida. Quanto a Diogo Orlando, já vem entrando normalmente. Com ele o modelo fica mais fechado, embora Orlando não raro suba ao ataque.

Cuidado

O Icasa deve ter todo respeito pelo Paysandu, que vem desesperado na luta para sair da zona maldita e chegou no embalo da vitória sobre o Palmeiras. O técnico Vagner Benazzi terá de volta o ótimo meia Eduardo Ramos. Cuidado, Verdão

"Não tem jogo com bola vazia. Nem pelada se joga com bola vazia. Lamentavelmente não fui compreendido no meu gesto". Fernando Henrique, Goleiro do Ceará

Percepção

Fernando Henrique pode até ter lá suas razões (bola vazia mesmo), mas falhou na percepção e avaliação do momento psicológico do jogo. Acabara de levar um cartão amarelo por retardar o reinício da partida. Portanto, qualquer demora ali seria interpretada pelo árbitro como cera. O jogador tem de ter sensibilidade até nisso. Fernando não teve.

Curiosidade

Nestes últimos sete anos, em seis deles os times que estavam no G-4 na 35ª rodada subiram. Só em 2011, o Sport, que estava em 7º lugar na 35ª, conseguiu ficar entre os quatro no fim do certame. Detalhe: de 2006 a 2012, na 35ª rodada, a menor distância entre o 3º e o 6º foi de 5 pontos. Hoje é de apenas um. Dados do médico Russen Conrado.

Bola cheia

O goleiro João Ricardo tem sido um dos baluartes do Icasa. Está com a bola cheia. Ele transmite muita segurança aos companheiros, principalmente ao trio Naylhor, Luis Gustavo e Luiz Otávio. No transcorrer do certame o Icasa chegou a ter defesa a mais vazada. Mas hoje já se mostra mais compacta, embora ainda com alguns senões.

Recordando. Hoje fui buscar na memória ex-jogadores que se notabilizaram no futebol cearense pelos precisos lançamentos de longa distância. Nos anos 60, Adonias, que atualmente mora em Aracati, foi um deles. Primeiro no Calouros do Ar e depois no Ceará e na Seleção Cearense. Nos anos 50, o meia Aldo fez isso muito bem no Ferroviário e Seleção Cearense. Nos anos 80, o baixinho Claudemir se destacou no Ceará pelos primorosos lançamentos. Hoje Claudemir mora e trabalha no bairro que ele adora, o Mucuripe. Zé Eduardo, nos anos 70, a todos encantou com lançamentos primorosos. Nos anos 50/60, Mozart Gomes. Enfim, jogadores de ampla visão de jogo que sabiam calcular milimetricamente os lançamentos por mais longos que fossem.