Coluna Tom Barros

Os novos tempos

Recordando. 1969. A partir da esquerda: Julio Sales, na época repórter da Rádio Uirapuru, dona Ieda e seu esposo doutor Oliveira, quando da festa de entrega da taça à Seleção de Pentecoste que se sagrara campeã do intermunicipal daquele ano. (Foto enviada pelo colaborador Armando Barbosa Neto).

A vida profissional de atletas e treinadores dos tempos modernos é muito diferente do que havia no Brasil até a década de 1980. Hoje o atleta defende um time numa temporada e já na seguinte poderá defender exatamente o maior rival. É comum. Não há mais o vínculo com a história, com o clube, com a fusão de imagem. Onde se poderia imaginar Roberto Dinamite no ataque do Flamengo ou Zico no time cruzmaltino? O jogador pertencia ao clube. Hoje pertence a empresários que colocam os atletas onde lhes for mais favorável financeiramente. E, às vezes, contrariando a vontade do próprio atleta. Não sei se isso foi uma boa para os clubes nem tampouco para os atletas.

Passado

Saudosista como sou, preferia o tempo do passe pertencendo ao time. O jogador ligado à história do clube, sendo patrimônio intransferível, máxime quando para o maior rival. O mundo moderno provoca tantas mudanças que o atletas, com raras exceções, são tratados como mercadoria vendida no atacado.

Exceções

Apesar de tudo, ainda há hoje em dia quem mantenha a imagem vinculada. Caso de Messi com o Barcelona. Alguém pode imaginar Messi no Real Madri. A história pessoal, dele mesmo, está tão ligada às conquistas do Barça que não dá para pensar no Messi, todo de uniforme branco, em pleno Santiago Bernabéu.

Destino

Especulações há sobre o destino de Assisinho, de Sidney Moraes, enfim de jogadores e técnicos que alcançam destaque. Isso há muito já poderia ser encarado com a naturalidade que o mercado há algum tempo está a oferecer. Leva, quem pagar mais. E leva mesmo. Romário e Bebeto trafegaram pelos times cariocas sem nenhum ressentimento de vinculações clubísticas. Aqui, Clodoaldo jogou no Fortaleza e no Ceará. Há muito virou coisa do passado Jogador vincular-se ao clube pela força da história ou da tradição. E bote passado nisso.

Um bi à vista

Flávio Araújo poderá ser o único técnico cearense com dois títulos de campeão brasileiro. Ganhou a Séria D 2012 com o Sampaio e já agora poderá ser campeão brasileiro da Série C também com o Sampaio. Flávio Araújo está cheio de propostas para 2014. Ele sabe. E é bom não esquecer que Flávio subiu o América/RN da C para a B em 2011.

Visitantes

Os dirigentes do futebol do Sul/Sudeste consideram como visitantes da Série A os times do Norte/Nordeste do Brasil, ou seja, eles vão e voltam. Não deixam de ter razão. Da mesma forma os times do Sul/Sudeste são verdadeiramente visitantes da Série B, ou seja, participam um ano e logo no ano seguinte já retornam à Série A. O Palmeiras que o diga.

"Eu acompanho toda a movimentação do ranking da CBF nas séries A, B, C e D. Até agora posso dizer que o Fortaleza ainda não está garantido na Copa do Brasil do ano que vem".
Mauro Carmélio
Presidente da FCF