As cartas e os números
As ciganas pregam aviso: as cartas não mentem jamais. Ilusão. Os números do futebol são como as cartas: nem sempre expressam a verdade. A avaliação do adversário não tem de ser pelo que até aqui pontuou, mas pelo que está produzindo no momento. O ABC esteve quase morto e sepultado. Aí ganhou cinco jogos seguidos, inclusive do Palmeiras (3 x 1). Saiu da zona baixa. Ei-lo no caminho do Icasa. Já no caminho do Ceará, o Sport do G-4. Superior ao Ceará no número de pontos e no número de vitórias, mas não no saldo de gols. Na produção, porém, não vejo o Sport superior ao Ceará. Lá há Marcos Aurélio. Aqui há Magno Alves. Deixemos de lado as cartas e os números.
O ABC
Erick Flores, ex-Ceará, está lá. O Técnico Roberto Fernandes, muito bom, teve passagem pelo futebol cearense. Pingo também está no ABC. Gente que a gente conhece de perto. Em casa, no Estádio Frasqueirão, bateu até no Palmeiras. Advertência para que jogadores do Icasa percebam, na justa medida, a dureza do desafio.
O Sport/PE
O goleiro Magrão é bom. Jogou no Ceará. Felipe Azevedo também teve ótima passagem por Porangabuçu. Felipe deixou o alvinegro após bela temporada. A sensação é Marcos Aurélio que já marcou 19 gols. É perigoso. Mas quem alavancou o Sport foi Geninho. O time estava em crise com Martelotte. Geninho chegou. O Sport voltou a vencer.
Sem empáfia
O Icasa há conseguido contornar com extrema competência a ausência de jogadores que foram essenciais na construção de um perfil vitorioso: Da Silva (contusão), Radamés (contusão), Carlinhos e Tadeu (afastados). Mudar quatro titulares quebra estrutura. E agora mais contundido: Preto. Mas o Verdão tem conseguido se adequar às novas situações. Essa consciência de grupo é que está fazendo do Icasa uma equipe forte, respeitável. E mais: sem empáfia, indo encarar o ABC. Postura profissional perfeita, impecável.
Chegou a vez dele
Lembro o dia em que Vica chorou. Técnico do Fortaleza, subiria para a B com um empate diante do Oeste. E começou ganhando (1 x 0). Depois a dor, a derrota. Quis o destino que agora, comandando um outro tricolor (Santa Cruz/PE), Vica alcançasse seu objetivo de subir para a Série B. Subiu. Chegou a vez dele. Em 2014, creio, será a vez do Leão. Já está na hora.
Recordando. 1961. Antes de um jogo Usina x Fortaleza o volante Luís Veras, do Usina, recebe um buquê de rosas, entregue pelo zagueiro Alexandre Nepomuceno, do Ceará. Luís Veras morreu faz alguns anos. Veras brilhou também no Fortaleza e na Seleção Cearense. Colaboração de Elcias Ferreira.
Sonho
Vem de longe o sonho de fazer do "Carlos de Alencar Pinto" um estádio moderno para 30 mil torcedores. De Franzé Moraes a Eulino Oliveira, de Antonio Goes a Zé Lino da Silveira. Mas a situação jurídica da propriedade acaba emperrando as iniciativas. Se assim não fosse, Evandro Leitão há muito teria transformado em realidade esse sonho.
"Dos times que estão brigando pelo acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, o Icasa, no meu entendimento, é o que tem a tabela mais favorável. E o mais importante é que entrou no G-4 já na reta final".
Fabiano RodriguesRepórter da TV Diário ao participar de programa na Verdinha 810