As esperanças e agonias do Ceará

Leia a coluna desse sábado (26)

Legenda: Leia a coluna desse sábado (26)
Foto: Fabiane de Paula/SVM

É do conhecimento de todos a velocidade com que as coisas acontecem na segunda volta da Série A. Motivo simples: não tem espaço para recuperação. Se perder ponto, está perdido. Não tem onde buscá-lo de volta. Isso dificulta sobremaneira o trabalho de recuperação no returno. É o problema por que passa o Ceará. Deixou de ganhar dois pontos diante da Ponte Preta, no Castelão, na rodada passada. Resultado: não tem mais onde buscar referidos pontos. Hoje, o Vozão enfrenta o Tombense na cidade de Muriaé, em Minas Gerais. E se vê na obrigação de ganhar, se ainda quiser manter acesa a ínfima chama de esperança.

O Tombense faz uma campanha pífia. Está na 18ª colocação, na zona de rebaixamento. Nas atuais circunstâncias, o Tombense terá de se expor mais, até mesmo por pressão da torcida. Em outras palavras: terá de abrir a guarda. Dirão, talvez, que o Ceará também terá de se expor porque igualmente precisa dos três pontos. É verdade. Mas, em contingências assim, por mais paradoxal que pareça, quem atua em casa sofre mais. O Ceará, quanto à produção, ainda está muito oscilante. Fica difícil prever o que o Vozão poderá aprontar. É esperar para ver. 

Dúvidas 

As incertezas são naturais, quando um time não consegue encaixar uma sequência de vitórias convincentes. É o que está acontecendo com o Ceará. A intenção alvinegra, que é subir para a Série A, não ganhará consistência, se continuar desperdiçando pontos em casa, nos jogos tidos como de vitória certa. Foi o que aconteceu no empate diante da Ponte. Daí o desapontamento. 

O título de campeão 

É cedo para se falar em título de campeão da Copa Sul-Americana. Todo mundo sabe disso. Mas ousar faz parte. Acreditar faz parte. Ter confiança faz parte. As chances de chegar à fase semifinal são expressivas. Mas o Fortaleza tem que espantar as perigosas impressões do “já ganhou”. Só depois, aí sim, elaborar o planejamento para chegar ao título. É possível. Pode. 

Semifinal 

Não se chega à fase semifinal de uma competição por um acaso. É conquista. É mérito. E o Fortaleza tem tudo para chegar à semifinal, sim. Quanto à fase final, o correto é esperar a confirmação após o jogo de volta com o América Mineiro. Aí o planejamento será feito de forma criteriosa. Há alguns anos, participar da Libertadores e da Sula era utopia. Virou realidade. 

Viabilidade 

Agora a possibilidade de ganhar o título passa a ser viável. Então, é ousar, sem soberba. É jogar, sem medo. É respeitar, se impondo. É juntar fé, coragem, confiança, competência, profissionalismo. O Fortaleza, de certo tempo para cá, vem se posicionando entre os melhores do Brasil. Buscar o título de campeão da Copa Sul-Americana já não é coisa do outro mundo: é objetivo viável. 

Exemplo 

Amanhã, o Ferroviário enfrentará o Maranhão, jogo de ida das quartas de final da Série D. Nos dois jogos da fase de Grupos, o Ferrão empatou (1 x 1) lá e ganhou (3 x 1) aqui. Que o Ferrão siga o exemplo do Fortaleza: obtenha vitória fora de casa. Aí terá a vantagem do empate no jogo de volta. O técnico Paulinho Kabayashi conhece bem o adversário. Pode tirar disso o melhor proveito.  

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