O Fortaleza no embalo de boas apresentações e vitórias sobre o Independiente e Barbalha enfrenta o Ferroviário hoje à noite no PV. Dizem que em clássico não há favorito. Concordo. Mas há quem esteja mais aplicado e em melhores condições. Nesse caso, o Fortaleza tem maior potencial, com padrão definido e alternativas bem trabalhadas. Quem terá o atrevimento de tentar parar Osvaldo, máxime após os dois shows de bola que ele deu nos jogos contra os argentinos? Quanto ao Ferroviário, o time teve boa folga na tabela. O técnico Anderson Batatais fez os ajustes necessários. O Ferroviário não foi bem contra o Atlético (perdeu por 4 a 2), mas se recuperou no jogo seguinte ao ganhar do Barbalha dentro do Inaldão (0 x 1). É notório que o Fortaleza é hoje o melhor time do futebol cearense, atuando num patamar acima de todos os demais concorrentes. Entretanto, a graça do futebol está exatamente na imprevisibilidade de seus resultados. Nem sempre o melhor dos melhores é o vencedor. Daí a expectativa, mormente por ser um clássico, onde, quer queiram quer não, teoricamente e por tradição os times se nivelam.
Bons jogadores
O Ferroviário tem bons valores no elenco. O lateral Willian Machado é muito eficiente. Não raro sobe para concluir jogadas. Na faixa intermediária Felipe Macena, Magno, Caíque e Wellington Rato trabalham muito bem. No ataque, Frank, Tito e Léo Bahia oscilam.
Rotatividade
O que mais chama atenção no Fortaleza é a manutenção de bom futebol, mesmo quando o técnico Rogério Ceni escala o time alternativo. Exceção foi na derrota (2 x 0) para o Confiança em Sergipe, quando o time parecia em campo, mas com a cabeça no jogo que teria contra o Independiente.
Leitura
A propósito de escalação, Ceni tem leitura de jogo impressionante. Quando colocou Marlon diante do Independiente no Castelão, ouvi críticas e a própria torcida recebeu com reservas. Resultado: Marlon fez o gol (2 x 0) que garantiria a classificação. Sairia como herói da partida inesquecível, caso não tivesse havido a bobeira que resultou no gol do Independiente. Ceni tem na mão o grupo. Conhece a versatilidade de cada atleta. Isso também faz a diferença.
O técnico Anderson Batatais deu vida nova ao Ferroviário. Hoje tem um desafio maior: enfrentar o time que, no momento, é o melhor do estado. No clássico contra o Ceará, o Ferrão, sob o comando de Batatais, conseguiu o empate. Uma vitória coral hoje elevará sobremaneira o prestígio do treinador.
Questionável a decisão que impediu o Ferroviário de realizar o clássico de hoje na Barra. Foram gastos mais de 100 mil reais nas reformas do "Elzir Cabral", que ficou em condições de abrigar o evento. Mandante, o Ferrão tinha e tem o direito escolher o local do jogo. A negativa deixou aborrecida a diretoria coral, que tem suas razões.