A volta da mística daquelas camisas
Leia a coluna de Tom Barros desta quarta-feira (18)

Nestes tempos de jogos pelo mundo, com a Copa dos Clubes chancelada pela FIFA, não me animei ainda a dar muita atenção aos que estão lá. Minhas raízes insistem em me deixar por aqui mesmo, nas lembranças e relembranças do nosso futebol. É uma espécie de protesto velado contra a paralisação da Série A nacional.
Dirão certamente: grande coisa, um locutorzinho de rádio do Ceará desprestigiar a Copa do Clubes! Ora, como diria o humorista Falcão, “não estou nem vendo”. Na Copa estão os maiores clubes do mundo. Não sou louco para desqualificar a competição. Mas não me tocou. Pode ser que toque ainda. Quem sabe?
Leio que Vojvoda fica. Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação tricolor, diga ao povo que ele fica. Marcelo Paz, Ceo do Fortaleza, inspirou-se no Dia do Fico, no qual o príncipe regente, Dom Pedro, resolveu permanecer no Brasil, descumprindo as ordens vindas de Portugal. Marcelo deu uma de príncipe. E Vojvoda ficou.
Agora, o que fazer? Como fazer? Com quem fazer? Recomeçar. Repensar. Repaginar. Tudo nas mãos de Vojvoda e nos pés de quem quiser jogar. Sem esquecer a “mística daquelas camisas” como dizia o saudoso Blanchard Girão.
Jornalista
Blanchard Girão foi um notável jornalista. Um ser humano admirável. Coração doce. A “mística daquelas camisas” nasceu de uma observação dele. Blanchard, inspirado, sentiu que na camisa do Fortaleza havia algo transcendental. A camisa tricolor, por si, tinha uma magia que a conduzia a reviravoltas espetaculares.
Aquelas camisas
Blanchard enxergava no manto tricolor uma espécie de enigmática ação, capaz de levar o time à vitória, mesmo diante de todas desvantagens e adversidades. Em síntese: a camisa tricolor, por sua força sobrenatural, ganhava o jogo. Daí nasceu, por um artigo de sua autoria, a “mística daquelas camisas”.
Muito além
O Fortaleza precisa voltar a crer nos fenômenos inexplicáveis de sua história. Não raro repito a frase: “Em verdade, em verdade, vos digo: o Fortaleza é além da imaginação”. Então, Vojvoda vai para o seu maior desafio: juntar misticismo e realidade. Tentar ser, ao mesmo tempo, o mago e o treinador.
Casamento perfeito
O publicitário, escritor e torcedor do Fortaleza, Emmanuel Brandão (Manel), escreveu belo texto cujo título é “Casamento Perfeito”. Explicou a simbiose entre Vojvoda e o clube. A grandeza que os dois alcançaram juntos. “A sintonia dele com a torcida ultrapassa o lado profissional: é paixão”, afirma. Concordo plenamente. Perfeito.
Vojvoda ídolo
Manel foi muito feliz quando disse: “Mais que palmas, o treinador conquistou a idolatria de um time. E convenhamos: para um treinador se tornar ídolo, não é tarefa fácil. Exige muitas vitórias, dedicação e, principalmente, tempo". Manel afirma que Vojvoda já garantiu um lugar de destaque na história do clube. Verdade pura.