Antes de começar um campeonato, é de praxe a crônica esportiva apontar os favoritos. A base para tal indicação é a estrutura montada mediante significativas contratações. Pela história, tradição e títulos, o Ferroviário, time grande da Capital, não encontraria dificuldades para chegar à classificação, haja vista seis vagas para oito clubes. Mas a previsão falhou quando a bola começou a rolar.
O Ferroviário, em nenhum momento, mostrou-se grande e superior. Até mesmo quando atuou em casa, no Estádio Elzir Cabral, o Ferrão não soube se impor altivo. Pelo contrário, por pouco não tomou uma virada do Atlético. Ficou no empate (1 x 1). A derrota para o Guarany em Sobral pode ser catalogada como normal. Incomodou muito a falta de vitória quando no terceiro jogo só empatou com o Caucaia. Aí emergiu a desconfiança no potencial da equipe. Hoje, o Ferroviário enfrenta o vice-lanterna Floresta. Vitória coral abrirá portas para situação confortável. Um empate deixará tudo como está. Uma derrota coral terá consequências graves na Barra. Ficarão faltando só três rodadas. Aí, a margem para garantir a vaga estará muito reduzida. Haja apreensão.
Tempo de espera
Ceará e Fortaleza afunilam os preparativos para a estreia na temporada 2020. Há muito, eu não via o Ceará iniciar o ano com tantas contratações. Certamente, o pânico que gerou o quase rebaixamento em 2019 fez com que o presidente Robinson de Castro assumisse postura ousada, sem perder de vista a responsabilidade diante da receita do clube.
Velha Rússia
Quem diria que da pátria do comunismo de Lenin, agora com Putin mais capitalista que nunca, viria o aceno de tanto dinheiro pra investir na terra do futebol. De Lenin a Putin, radical mudança na percepção do mundo. Rússia, de Ivan, O Terrível; do Monge Rasputin, de Boris Pasternak, de Aleksandr Solzhenitsyn...
Cabra da peste
Ari, atacante cearense, que tem dupla nacionalidade (brasileiro e russo), deu-se bem na Rússia. Nem de longe um Ivan Savvidis, mas hoje atleta e investidor, dono do Atlético Cearense. Visão empresarial que, por mais paradoxal que pareça, aperfeiçoou no berço do comunismo. Cearense, cabra da peste, está em toda parte.
Oportunidade tem o técnico Anderson Batatais, que hoje estreia pelo Ferroviário. Acompanhei o trabalho de Batatais desde sua passagem como auxiliar no Ceará Sporting Club. Na época, marcou muito pelo elevado sentimento profissional. Homem dedicado, estudioso do futebol. Sucesso, amigo.
Incrível como nada deu certo para Zé Teodoro no Ferroviário neste início de certame. O Zé é bom treinador, mas no Ferrão teve problemas. Em nenhum dos três jogos apresentou padrão condizente. Desta vez não apenas os resultados derrubaram Teodoro. A baixa produção foi quem mais contribuiu.