A opinião dos jogadores em tempo de confinamento

De repente, uma ordem mandou parar o futebol. Quem profissionalmente corria atrás da bola ou com a bola teve de aceitar o "toque de recolher". No lugar dos estádios, o doce lar. No lugar no amplo gramado, as restritas áreas das casas ou dos apartamentos. No lugar das academias, as improvisações em aparelhos nem sempre os mais adequados. Uma espécie de "Te Vira nos 30", aqui não nos trinta segundos, mas nos trinta dias do mês. O programa "A Grande Jogada", na TV Diário, cuidou de ouvir vários atletas em entrevistas exclusivas e ao vivo. Assim houve a oportunidade de analisar a opinião do atacante Osvaldo e do zagueiro Paulão, do Fortaleza, do meia Ricardinho e do lateral-direito Samuel Xavier, do Ceará, e de Rafael, atacante do Borussia Mönchengladbach, da Alemanha. A rigor, apreensão em todos eles. Afinal, quando terminar a paralisação, como será a reação do organismo de cada um? A resposta somente será conhecida em campo. Portanto, imprevisível saber quem terá capacidade para uma retomada imediata. Sair de uma competição de alta performance para o isolamento já foi um choque. A viagem de volta será um choque maior ainda.

Astral

Todos os jogadores entrevistados demonstraram confiança, pensamento positivo. Claro, falaram do desconforto, mas deixaram patente a responsabilidade no cuidado com a condição física, mesmo não conseguindo manter o nível de preparação que há nos locais apropriados e oferecidos nos clubes.

Mesmo barco

Conforta saber, porém, que não há privilegiados. Basicamente ficaram niveladas as condições de preparação de todos os atletas. Da mesma forma com relação à futura produção em conjunto. Apesar de os grupos não mudarem muito, o retorno valerá como um "recomeçar do zero".

Diferença

Há quem não aceite a colocação "recomeçar do zero" porque algumas equipes já estavam em estágio superior. Caso do time do Fortaleza que, pela continuidade, já se mostrava mais definido em suas linhas pela total integração entre seu treinador Rogério Ceni e os comandados. Uma automação visível, superior à dos seus concorrentes.

Todas essas observações são subjetivas. Realmente, o Fortaleza, pela marcante presença de Rogério Ceni, teve e tem o privilégio da continuidade de vários anos seguidos. Isso representa, sim, uma vantagem. Mas não significa a certeza de que voltará nas mesmas condições.

Quero acreditar que só após as rodadas iniciais será possível uma avaliação do grau de afetação do tempo parado em cada equipe. Além disso, os times sairão do "zero" para uma enxurrada de jogos. Além dos jogos, as viagens mais longas são para os times do Nordeste.