A nova era da Seleção Brasileira

Leia a Coluna desta quinta-feira (5)

Escrito por
Tom Barros tom.barros@svm.com.br
Legenda: Ancelotti inicia seu trabalho na Seleção Brasileira nesta quinta-feira (5)
Foto: @rafaelribeirorio I CBF

Começa agora uma nova expectativa sobre o destino do futebol cinco vezes campeão do mundo. O sexto título vem sendo perseguido, sem sucesso, desde 2006, na Alemanha. Depois, 2010 na África do Sul. Depois, 2014 no Brasil. Depois, 2018 na Rússia. Depois, 2022 no Catar. Decepções acumuladas.

Já são 23 anos a contar do penta no Japão. Os técnicos foram: Parreira (2006) caiu nas quartas para a França. Dunga (2010) caiu nas quartas para a Holanda. Felipão (2014) caiu na semifinal para a Alemanha. Tite (2018) caiu nas quartas para a Bélgica. Tite (2022) caiu nas quartas para a Croácia.  

Uma sequência de insucessos, sendo o pior de todos o de 2014, aqui mesmo no Brasil, quando goleado (1 x 7) pela Alemanha. Uma humilhação. Uma desmoralização. E até hoje a Canarinho não voltou a ter a credibilidade alcançada com os cinco títulos mundiais anteriores.  

Agora entra em uma nova era. Pela primeira vez, em uma Copa do Mundo, o Brasil será comandado por um estrangeiro: Ancelotti. É impossível prever o que acontecerá. Cabe apenas desejar boa sorte ao novo comandante.  

  

Treinadora de fora  

  

No futebol feminino, o Brasil já passou pela experiência de trazer uma treinadora estrangeira. Em 2019, contratou a famosa treinadora sueca, Pia Sundhage, que vinha de três finais olímpicas seguidas, com duas medalhas de ouro para os Estados Unidos (Pequim-2008 e Londres-2012) e prata para a Suécia (2016-Brasil). Um sucesso.  

  

Fracasso total  

  

Pia estava para o futebol feminino como Ancelotti está para o masculino. Mas aqui Pia fracassou. Em 2021, na Olimpíada de Tóquio, a Seleção Brasileira, sob o comando de Pia, foi eliminada nas quartas de final. E na Copa do Mundo da Austrália, em 2023, sob o comando de Pia, o Brasil foi eliminado na fase de grupos. Pia foi demitida.  

  

Diferente  

  

Queira Deus que a experiência com Ancelotti seja diferente. Que alcance o que todo brasileiro quer: o título mundial na Copa de 2026. Repito: é imprevisível o resultado da experiência. Há, quer queiram, quer não, os que são refratários à presença de um técnico estrangeiro na seleção. É mais um obstáculo.  

  

Vitórias  

  

Ancelotti somente quebrará o gelo dos recalcitrantes se obtiver bons resultados e, mais que isso, levar a Seleção Brasileira a uma produção coletiva convincente. Retomar o encanto com grandes apresentações. Se assim não for, correrá o mesmo risco que correram Ramon Menezes, Fernando Diniz e Dorival Júnior.  

  

É com ele  

  

É preciso dar um voto de apoio a Ancelotti. A xenofobia, às vezes velada, às vezes nem tão velada assim, existe. Isso não é bom. Ancelotti é notável profissional. Veio para trabalhar, creio, no maior desafio de sua vida. Torço por ele. E ficaria feliz se ele conseguisse fazer novamente uma Canarinho capaz de encantar o mundo.   

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