O clássico aconteceu. O empate (0 x 0) foi justo. Como o jogo já foi muito analisado, resumi a minha opinião numa palavra: razoável. Mas, no meio da disputa, algo que não pode passar sem um registro especial: a postura do goleiro Felipe Alves. Ele, pouco antes do início do jogo, foi informado da morte de seu pai. Mesmo assim, revolveu atuar. E disse que o fazia em homenagem a quem mais o incentivou no futebol.
Felipe teve forças para conter o abalo da notícia. Teve forças para notável atuação. Teve forças para, de forma digna, agradecer ao seu genitor o apoio recebido durante toda a vida. Após a partida, ao ser escolhido o melhor em campo, creio que Felipe se sentiu espiritualmente recompensado. Concretizou com gesto nobre, de grandeza, o reconhecimento a quem lhe deu a vida. Ao sair do Castelão, a realidade. A despedida, a dor, as lágrimas.
O adeus e a gratidão de um filho bom. Nada é mais confortável que a consciência do dever cumprido. Perante a memória de seu pai, Felipe Alves mostrou que dele aprendeu o valor do trabalho e do compromisso profissional, sem deixar de lado, um minuto sequer, as boas lembranças do senhor Maurício de Jesus Raymundo, seu eterno mestre e guia.
Fato semelhante
No dia 24 de março de 1996, o zagueiro do Ceará, Airton (Tanque de Guerra) estava escalado para a semifinal do 1º turno no clássico com o Ferroviário. Seu pai morreu antes do jogo. Airton resolveu atuar em homenagem ao seu genitor. Vozão ganhou nos pênaltis (8 x 7) e Airton foi eleito o melhor.
De praxe
Não é possível avaliar estreantes. Qualquer conclusão, positiva ou negativa, pode ser precipitada. Assim, como poderia opinar sobre Mendoza e Yony González, que estrearam pelo Ceará? É mais prudente aguardar os próximos jogos. O currículo é bom. Quero ver é na hora de dar aulas.
Episódio de estreia
Edil foi um ótimo atacante paraense, contratado pelo Ceará em 1991. Arrasou na estreia, marcando três gols. Nos jogos seguintes, não conseguiu acertar. Ficou no cartão de visitas da estreia. Depois atuou pelo Vasco e Vitória de Salvador. A estreia nem sempre serve de parâmetro.
Nomes do rádio
Conheci pessoalmente grandes nomes do rádio. Nas décadas de 1970 e 1980, travei contato com os ícones. Na época visitei a Rádio Gazeta de Maceió. La conheci Reinaldo Cavalcante, notável narrador que brilhou durante 50 anos. Voz belíssima. Morreu no dia 09 de agosto de 2019.