A finitude e o sentido das conquistas no futebol
Leia a coluna de Tom Barros desta segunda-feira (23)
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A Copa do Mundo de Clubes me conduziu a reflexões sobre a vida humana. Esta passagem pela terra, que alguns aproveitam para fazer o bem; outros, para fazer o mal. A primeira Copa do Mundo de seleções, que acompanhei, foi a de 1958, na Suécia. O Brasil ganhou ali seu primeiro título.
No próximo dia 29 de junho, Dia de São Pedro, tal conquista completará 67 anos. Lembro Bellini erguendo a Taça Jules, na presença do Rei Gustavo, da Suécia. Todos os titulares daquele timaço já partiram: Gilmar, Djalma Santos e Bellini; Zito, Orlando e Nilton Santos; Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagalo.
As glórias são passageiras. Está na Bíblia, no livro Eclesiastes: “Tudo passa debaixo do sol”. Daqui a poucos dias, novos astros serão coroados como vencedores da primeira Copa do Mundo de Clubes. A repetição do ritual. A entrega da taça. A solenidade. Enfim, novos reis do futebol.
De nada adiantará tanta glória, se não for para fazer o bem. A finitude da vida é um fato. Lembrei de um trecho de uma canção do Belchior: “Era feito aquela gente honesta, boa e comovida, que caminha para a morte, pensando em vencer na vida”.
Narradores
Os mais consagrados narradores do Brasil na Copa de 1958 foram Pedro Luiz e Edson Leite, da Rádio Bandeirantes, e Jorge Cury, da Rádio Nacional. Depois Jorge Cury transferiu-se para a Rádio Globo. Se você perguntar aos jovens, certamente ninguém saberá. Glórias passageiras.
Sentido
Importante é dar sentido à vida. As vaidades bobas cegam o homem. Muitos só pensam no dinheiro, no poder, nos aplausos. Esquecem que a idade chegará um dia. É para todos. As glórias só têm sentido quando o homem não se deixa dominar por elas. E continuam, com humildade, entendendo que tudo é passageiro.
Escalação
Há alguns dias, perguntei a vários amigos como foi a escalação da Seleção Brasileira na final contra a Alemanha em 2002 na Copa do Japão. Poucos sabiam. Eu mesmo havia esquecido. Incrível. Em 2002, eu sabia de cor e salteado. Glórias passageiras. Você, caro leitor, sabe? Ou precisa consultar?
Penta
Nós estamos falando de um time que ganhou o pentacampeonato para o Brasil. Eu mesmo tive de consultar. Confira: Marcos; Cafu, Lúcio, Roque Júnior e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Edmilson e Kléberson; Ronaldinho (Juninho Paulista), Rivaldo e Ronaldo (Denílson).
Campeões
A campanha dos times brasileiros, na fase de grupos da primeira Copa do Mundo de Clubes, está boa. Se um deles conseguir o título de campeão, novamente haverá a celebração apoteótica na entrega do troféu. Se assim for, que cada um aproveite para dar sentido à conquista. Não se esqueçam de que tudo passa debaixo do sol.