A crise do Fortaleza tem solução

Leia a Coluna desta quarta-feira (28)

Escrito por
Tom Barros tom.barros@svm.com.br
Legenda: Vojvoda vive um momento delicado no Fortaleza, que está em crise
Foto: KID JUNIOR / SVM

Vejo motivo para apreensão, não para desespero. Há necessidade de correção de rumo, não de caça às bruxas. As vitórias foram de todos. As derrotas são de todos. Foram as desavenças do passado que levaram o Fortaleza à Série C do Campeonato Brasileiro, no mais obscuro período de sua existência. 

O atual Ceo do Clube, Marcelo Paz, conheceu a fase de dificuldade que o Leão passou na época das vacas magras. As lições ficaram. Sua experiência será fundamental no atual processo de recuperação da equipe. Portanto, conhece todos os labirintos e os atalhos. É o homem. 

A permanência do técnico Vojvoda traduz a certeza de que na equipe haverá profunda reformulação. O conjunto não atende mais às expectativas do treinador, da diretoria e da torcida. Terá de haver, pois, um tratamento de choque. 

 

Dinheiro alto 

 

Um tratamento de choque exige investimento alto. E a resposta nem sempre corresponde. Repito a frase que digo há muitos anos: toda contratação é uma operação de risco. No atual Fortaleza há dois exemplos claros: Pol Fernández e David Luiz. Até o momento estão em débito. 

 

Ponderados 

 

Toda pessoa obrigada a tomar decisões sabe da margem de erro que tem. Alguns são audaciosos e arriscam mais. Outros são menos ousados e pecam pelo medo. Prefiro os ponderados. Eles sabem dosar na medida certa as duas coisas: ousadia e medo. Assim, aumenta a possibilidade de uma solução adequada. 

 

2021  

 

Vojvoda está há quatro anos no Fortaleza. Estreou no dia 13 de maio de 2021 com uma goleada sobre o Crato (6 x 1). Foi campeão cearense diante do Ceará. O jogo foi empate (0 x 0). O Leão jogava pelo empate. Ainda em 2021, foi o quarto na Série A. Ganhou uma vaga na fase de grupos da Libertadores de 2022. Um ano de ouro. 

 

Tempo 

 

Em quatro anos, há o natural desgaste da equipe. E, também, o desgaste do próprio treinador. Alguns jogadores estão há mais de cinco anos no clube. O tempo tem seu preço. Nem sempre o ritmo pode ser mantido. A intensidade cai. A vida é assim. Então chegou o delicado momento de mudar.  

 

Afastamento 

 

É doloroso, mas o afastamento de alguns atletas será benéfico para eles e para o Fortaleza. A comissão técnica, que tem todos os dados, sabe quem ainda pode render alguma coisa e quem já deu o que tinha de dar. Até quem contribuiu para as glórias do clube poderá ser afastado. É o caminho. 

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