A bravura do Barbalha não resistiu

Confira a coluna desta segunda-feira (30)

Legenda: O Barbalha foi valente mas não resistiu ao Fortaleza
Foto: Bruno Oliveira / Fortaleza EC

Pela superior qualidade do Fortaleza, era natural que a torcida tricolor esperasse uma vitória fácil. Mas não foi assim. O Leão fez 1 a 0, gol de Samuel, logo aos onze minutos. Deu a impressão de que ficaria à vontade para golear. Não goleou. O Barbalha, que começou todo atrás, ensaiou alguns contra-ataques. Aos 17 minutos, teve boa chance que Romário desperdiçou. A resposta tricolor veio com Romero que mandou a bola na trave. Mas, em outro contra-ataque do Barbalha, Romário sofreu pênalti, que Eduardo converteu (1 x 1). Na fase final, Vojvoda fez entrar Pochettino e Thiago Galhardo. O Barbalha fechou-se todo. O Fortaleza sentiu dificuldades para furar o bloqueio.

Só na reta final criou as melhores oportunidades. Pikachu mandou bola na trave. Junior Santos desperdiçou uma chance incrível. Pikachu perdeu outra vez. Tudo levava a crer que o Fortaleza não conseguiria a vitória. Aí veio a diferença de qualidade, que separa o bom do razoável. Galhardo, com especial categoria, deixou Pochettino pronto para marcar. E ele confere (1 x 2). Para terminar, ainda um susto para o Leão: o Barbalha perdeu o momento do empate. O jogo, que seria fácil, transformou-se numa difícil, mas justa vitória do Fortaleza. 

 

O recado das viradas 

 

Vaias nas arquibancadas. A torcida do Ceará, inconformada pela derrota parcial por 1 x 0 para o Maracanã, apelou para o que mais eu detesto: vaias. Futebol é assim mesmo. Pode quem quiser gostar, mas detesto esse tipo de protesto. Mas foi por esse caminho que o Ceará reagiu virou. Ganhou o jogo (2 x 1). Deu para acalmar um pouco os corações alvinegros. 

 

Descontentamento 

 

É notória a inquietude do torcedor do Ceará. Nervos à flor da pele. A afobação é a pior coisa que pode acontecer a um atleta. Os erros tendem a aumentar. Cada jogo é uma prova. O Ceará já entra sob protesto. Se o Vozão não tivesse promovido a virada, não sei o que teria acontecido no PV. É o efeito Robinson de Castro. 

 

Semelhança 

 

O Ferroviário também experimentou as desvantagens de estar atrás no placar diante do Caucaia. Mas, a exemplo do que aconteceu com o Ceará, o Ferrão também reagiu e virou o placar. Uma vitória alcançada pelo talento de Ciel. Dele o passe para o gol de Deizinho. Dele o gol de desempate. Ciel vem, a cada jogo, silenciando os críticos que não acreditavam nele. 

 

Nome 

 

Não há como entender Jean Carlos no banco do Ceará. Foi com a entrada dele que as coisas começaram a ficar bem definidas. E daí a providencial virada com o gol Janderson (1 x 1) e o do próprio Jean Carlos (2 x 1). Enquanto não for resolvida a situação política no Ceará, a pressão vinda das arquibancadas causará sérios efeitos negativos em campo. É a minha avaliação. 

 

“Revanche” 

 

Amanhã, no PV, novamente Ferroviário x Ceará, agora pelo Campeonato Cearense. Pela Copa do Nordeste, o Ferrão aplicou 3 a 0, uma goleada que causou sérios estragos em Porangabuçu. Agora uma espécie de revanche, embora por certame diferente. Volta a velha afirmação: clássico nivela. Goleada em clássico é exceção. Como diria o jornalista Ivan Bezerra, “a conferir”.