Será que o novo Ano-Novo é um fetiche de mudanças?

Entra ano, sai ano e as promessas e desejos renovados no último dia do ano que passou, normalmente, tem validade até a primeira semana de janeiro

Legenda: Show de fogos na praia de Copacabana em 2022
Foto: Jeritza Gurgel

Passado o Natal, entra a última semana do ano.

Acho tão esquisito. Tenho aquela sensação de que está tudo meio suspenso até o ano que vem que, na verdade, é a outra semana. Uma coisa meio fora da organização do tempo, sei lá!

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O estranho é que é uma época que tem uma vibração. É intensa, cheia de expectativa e tem uma pulsão de vida, porque as pessoas estão repletas de promessas para o outro ano.

Isso fez com que percebesse que o calendário representa uma organização para as pessoas. Todo mundo precisa de uma ordem. É fato. Precisa ter começo, meio e fim de seus projetos. Essa organização do calendário, impacta na vida das pessoas.

Há alguns anos, perdi aquela visão romântica do “despertar” que a data representa. A virada do calendário não traz mudanças, se não tiver, realmente, vontade de fazer acontecer.

Portanto, apenas celebro o dia 31 de dezembro como uma data marcada como o último dia de um ano, para poder fazer uma retrospectiva e agradecer a jornada.

Sigo fiel ao dia seguinte: Dia da Confraternização Universal, onde acolho familiares e passo o dia grudadinha com eles. Preparo um momento todo especial.

Nesses últimos dias do ano, fiquei bem reflexiva sobre o novo Ano-Novo. A ameaça de retorno à dieta social.

Acho muito engraçado perceber a reação das pessoas no dia 31 de dezembro: é um dia “autorizado” para fazer tudo! A coragem é medonha! Chega a ser impactante. Renovam-se as promessas e o coração fica mais bondoso.

Fiquei reparando aqui, onde estou passando alguns dias, na atitude das pessoas quando desejam “feliz Ano-Novo” às outras. É da boca para fora. Estão sempre correndo, sem olhar no olho e quase por obrigação. De outra banda, recebi cada mensagem por WhatsApp iguais, de listas de transmissão, que são indesejáveis. Pura obrigação.

“Ter que” não faz parte da minha vida a muito tempo.

No meu novo Ano-Novo vou confessar que entrei um pouco insegura, que tive e tenho tido muita dificuldade de desejar um “feliz Ano-Novo” as pessoas, porque não quero desejar simples desejos e desejo é algo muito pessoal.

Enfim, sei que ando muito cética quanto essa questão o réveillon. Perdoe! Mas, entendo que a virada do ano vem carregada de um fetiche de mudança que, na verdade, pode acontecer mesmo é a qualquer momento, independentemente, da mudança de calendário.

Quem gosta de viver, todo dia é dia para começar a aproveitar, o mais rápido possível, aquilo que será bom para o resto da vida. Afinal, nem tudo depende do tempo, às vezes é uma questão de atitude.

Então, mude, se quiser e se entender que isso vai te fazer melhor!

Dominguemos, Amém!

 

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.