Reviravoltas no BNB refletem influências da “velha política”

O imbróglio envolvendo as reviravoltas na Presidência do Banco do Nordeste é uma boa mostra de que as velhas práticas políticas continuam a valer no País e têm prejudicado o Brasil em diferentes governos. Se tem algo de positivo nessa história é que o desfecho acabou sendo bom para a Instituição. Uma tentativa de acomodar um aliado de partidos do Centrão acabou jogando uma decisão que deveria ser da Pasta da Economia – e ter base técnica – para a Secretaria de Governo e articulação política.

O Governo resolveu substituir um o presidente do Banco, até então Romildo Rolim, cujos resultados são considerados bons, por um outro que, independentemente das qualificações, caso de Alexandre Cabral, causaria certa ruptura na gestão. No início, os envolvidos quiseram negar que fosse uma escolha política. Mas bastaram os primeiros rumores e o indicado caiu em 24h no cargo. A indicação política não é automaticamente ruim em si mesma, depende da condução, da condição e do contexto. Menos de um mês depois, o ex-presidente Romildo Rolim retorna ao cargo bem maior do que estava antes. Bom para a Instituição.

Alerta aos partidos

A prática reiterada do uso de candidaturas fantasmas apenas para cumprir os as exigências legais e, assim, burlar o processo eleitoral, pode custar o registro da chapa proporcional completa do partido político. O alerta é da secretária judiciária do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), Orleanes Cavalcanti, aos dirigentes partidários. É preciso cumprir prazos e regras da Justiça Eleitoral. Não atender à exigência mínima das candidaturas femininas também pode prejudicar o partido no caso de uma delas ter o registro negado. Mais do que atender ao mínimo, é preciso garantir uma margem de segurança.

Eleição em debate

Este foi um dos temas do concorrido painel de encerramento do Seminário de Gestores Públicos - Prefeitos Ceará 2020, realizado pelo Sistema Verdes Mares. Além da secretária judiciária do TRE, participaram o deputado federal Domingos Neto (PSD), o advogado eleitoral André Costa, o promotor Emmanuel Girão, o presidente da Aprece, Nilson Diniz, e o secretário de Controle Interno do TRE, Rodrigo Cavalcante. A mediação foi deste colunista. Tratamos do possível adiamento das eleições, dos prazos que envolvem o calendário eleitoral, a votação da proposta que vai à Câmara dos Deputados e do problema crônico do abuso de poder nas eleições. Vale a pena conferir no YouTube.

Mudou de ideia

O líder da bancada cearense no Congresso Nacional, deputado Domingos Neto (PSD), mudou de opinião e agora é favorável ao adiamento da eleição. O tema ainda não é consenso no Parlamento. Aprovado no Senado, agora será analisado pela Câmara. Depois de consultar especialistas em saúde pública, o parlamentar disse que foi “convencido” do adiamento, já que “os técnicos explicaram que, nestes meses, historicamente a gripe tem avançado”. 

Casos preocupantes

Aliás, o recrudescimento dos casos de coronavírus nos Estados Unidos pós-reabertura deve gerar um alerta ao Brasil. Aqui já há cidades nesta situação.



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