PSL tenta se manter no páreo

A sucessão em Fortaleza mexe com a oposição que, até o momento, dá sinais de não estar nada unida. Em silêncio até então, em meio à crise com o partido e com o presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Heitor Freire (PSL), que comanda a sigla no Estado, resolveu aparecer e dizer que é pré-candidato à Prefeitura da Capital.

O recado foi dado, informalmente, no último sábado (18), na festa de aniversário da empresa de segurança de Gaudêncio Lucena (MDB), ex-vice-prefeito de Fortaleza. Em uma roda de conversa com empresários e figuras da política cearense, Freire pediu, em tom de brincadeira, a emedebistas para "liberarem" Gaudêncio do MDB para ser o candidato a vice na chapa dele.

Sair do isolamento

Condições para disputar as eleições de 2020 o PSL tem: fundo eleitoral previsto de R$ 202 milhões para o partido e tempo razoável de alguns minutos de propaganda gratuita no rádio e na TV, o que o torna cobiçado. No entanto, a pergunta é: Heitor Freire sustentará uma pré-candidatura?

O PSL perdeu seu principal cabo eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro, que, depois de muitas brigas com o partido, tenta criar outro: o Aliança pelo Brasil. No meio dessa crise, o deputado cearense teve seu nome envolvido no vazamento de uma conversa com o presidente, que o transformou em "persona non grata", com restrições de acesso ao Palácio do Planalto.

Racha interno

Sem contar que o PSL no Ceará está rachado: apoiadores de Heitor Freire versus apoiadores dos deputados estaduais André Fernandes e Delegado Cavalcante. Agora que, definitivamente, não é mais o "homem de Bolsonaro", e não tem o apoio integral do partido no Estado, Freire tem a missão de se reinventar no cenário político e, talvez por isso, ensaiar uma pré-candidatura à Prefeitura de Fortaleza pode ser uma oportunidade de mostrar que está vivo no jogo.

Incerteza com o Pros

Até então, aliados de Heitor Freire e o próprio deputado falavam sobre as chances de uma aliança do PSL com o Pros, do deputado federal Capitão Wagner, nas eleições em Fortaleza. As negociações, porém, avançam pouco. Interlocutores de Freire defendem que o partido deve ser protagonista e não "coadjuvante". Até o lugar de vice na chapa de Wagner, o parlamentar do PSL já reivindicou publicamente em entrevista ao Diário do Nordeste, no ano passado. Capitão Wagner, por outro lado, se articula com outros partidos em busca de apoio para sua candidatura e, por isso, não se preocupa ainda em fechar a chapa sem antes saber quais serão as forças que estarão com ele no arco de aliança.

*Equipe de Política redigiu a coluna.



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