Indefinição persiste na reta final das convenções em Fortaleza

O penúltimo dia de prazo para as convenções partidárias chega com indefinições ainda consideráveis no cenário eleitoral da Capital. Entre hoje e amanhã, podem ser confirmadas, pelo menos, quatro candidaturas à Prefeitura: Luizianne Lins (PT), Heitor Férrer (SD), Heitor Freire (PSL) e Célio Studart (PV), podendo aparecer mais uma postulação ao Executivo. Com exceção de Freire, as outras três pré-candidaturas chegam à reta final com indefinição na chapa: a busca pelo vice envolve várias correntes, com destaque para o MDB, que após ser disputado por vários partidos, definiu ontem, internamente, que apoiará - e indicará a vaga de vice - o Solidariedade. Ao fim das articulações, a Capital poderá ter até nove candidaturas no primeiro turno. Da esquerda à direita, tem perfil de candidato para todos os gostos.

PT e as alianças

Ontem, a deputada Luizianne Lins voltou a se encontrar com Heitor Férrer na tentativa de convencê-lo a ser vice em sua chapa. Sem sucesso. Aliás, chama atenção a situação do PT no fim do prazo para as convenções. Até o momento, corre o risco de ter de lançar uma chapa pura. A realidade da escassez de aliança não é exclusividade daqui. Em Salvador, Recife e até São Paulo, o partido tem dificuldade de atrair aliados. Maior nome do partido no Estado, o governador Camilo Santana ainda atuou para convencer o partido a se aliar ao PDT, mas não houve êxito. Depois disso, Camilo indicou Élcio Batista como vice na chapa do PDT. E está com os olhos voltados para lá.

Pacificação em Juazeiro

Desde o início da pré-campanha, o senador Cid Gomes, um dos líderes do grupo governista estadual, havia declarado apoio à reeleição do prefeito Arnon Bezerra, em Juazeiro. E sustentou isso, mesmo diante das divergências na base. O próprio PDT queria candidatura própria, que acabou contornada. Quem também entrou em campo para resolver lá também foi o governador Camilo Santana, que acabou unindo o PT ao PTB de Arnon. O prefeito, que vai para a reeleição, tem que agradecer muito aos aliados, que fizeram o que ele não conseguiu ao longo de quatro anos: pacificar a base.

Lições de 2020

PSDB e MDB são dois partidos gigantes do cenário nacional. Desde a reabertura democrática, estiveram em quase todos os grandes momentos da vida política brasileira, em especial no Ceará. O tucanato já foi hegemônico no Ceará, ocupou seguidas vezes o Governo do Estado, desenvolveu um método de governo, com Tasso Jereissati, cujos méritos são reconhecidos ainda hoje. Já o MDB construiu uma liderança nacional, foi fiador de todos os governos pós-reabertura democrática, e produziu no Ceará dois presidentes do Senado: Mauro Benevides e Eunício Oliveira. Esses dois partidos, entretanto, saem, independentemente do resultado das urnas -porque um dos dois pode integrar um projeto vitorioso, apesar das turbulências -, desafiados a se renovarem.

Direita militar

A candidata a vice na chapa de Heitor Freire, Cabo Maia, vai se filiar amanhã ao PSL para concorrer. O ato é possível graças a uma regra específica que permite filiação a militares da ativa no ato da convenção. A chapa terá também o apoio do PRTB, do vice-presidente Hamilton Mourão.