Dividido, PT discutirá decisão de oposição a Sarto no diretório estadual

O partido foi procurado pelo prefeito eleito para buscar um entendimento de composição, mas isso não foi o suficiente para mudar a posição

Legenda: A tese que prevaleceu é encampada pelo presidente municipal, Guilherme Sampaio, e pelos demais vereadores petistas
Foto: Camila Lima

O PT de Fortaleza decidiu na noite desta terça-feira (29), após reunião tensa, fazer oposição à gestão Sarto Nogueira (PDT) em Fortaleza. Havia teses de oposição, aliança e independência, mas diante do impasse, após divisão das lideranças, uma parte dos integrantes do diretório municipal abandonou a reunião antes do fim. E a questão será levada ao diretório estadual petista. 

A tese que prevaleceu é encampada pelo presidente municipal, vereador Guilherme Sampaio, pelos demais parlamentares municipais e por lideranças ligadas à deputada federal Luizianne Lins. Por outro lado, grupos liderados por José Guimarães, José Airton Cirilo e Acrísio Sena foram contrários à possibilidade de oposição. A tentativa de aproximação entre as legendas vem sendo tocada pelo governador Camilo Santana, mas novamente sem sucesso. 

Na nota oficial, o partido relembra a votação de Luizianne e dos vereadores no primeiro turno da eleição, além da necessidade de defender o legado da sigla, e abre uma janela de diálogo com a gestão. O gesto, entretanto, não convenceu a outra parte da legenda e o partido rachou. O caso vai mesmo parar no diretório estadual. 

Nesta coluna, abordamos o dilema do PT diante da posição adotada no último pleito. Após divergências no primeiro turno, a sigla petista e o PDT se aliaram no segundo turno e, agora, voltam a romper. 

A oposição a Sarto, que será comandada por vereadores alinhados ao deputado federal Capitão Wagner (Pros) e ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), curiosamente, estará mais robusta com o anúncio dos três vereadores petistas, que se somam também a dois integrantes do Psol, que, ainda na campanha, anunciaram “apoio crítico” a Sarto no segundo turno, mas já confirmaram que serão oposição.

O grupo divergente também emitiu nota em que considera a decisão como “precipitada” e que rompe com a “tradição democrática” do partido. Acusa ainda o diretório municipal de se distanciar de um projeto com outros partidos de esquerda.

Segundo apurou a repórter Letícia Lima, o partido foi procurado pelo prefeito eleito para buscar um entendimento de composição, mas isso não foi o suficiente para mudar a posição. O caso vai parar na instância estadual e, bem provavelmente, na executiva nacional.



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