Diante da pandemia do coronavírus, Camilo evita confronto político

O governador Camilo Santana (PT) tem mantido um tom ameno em relação o Governo FDederal, evitando embates políticos num momento em que têm crescido as divergências entre governadores e o presidente Jair Bolsonaro. A estratégia do governador cearense parece ter um objetivo claro: evitar que qualquer comentário com conotação política possa ser usado como alegação para prejudicar as relações institucionais e dificultar o envio de ajudas sempre que preciso.

Momento de crise

Desde que tomou posse no seu segundo mandato, em janeiro de 2019, o governador Camilo Santana precisou contar com apoio da União em momentos cruciais. Primeiro na crise dos presídios, ainda em janeiro do ano passado. Depois, durante o motim de policiais militares, no mês passado, em que precisou solicitar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Nos dois casos, os pedidos do governador foram atendidos, embora tenha havido turbulências políticas nas duas ocasiões. Em nenhuma delas, Camilo teceu críticas com conotação que fosse ligada ao fato de ele ser do PT, que faz oposição ao presidente.

Evitar disputas

Agora, na pandemia do coronavírus, novamente, o governador evita embates políticos. Ele disse, em contato com esta coluna: "Não é momento de disputas políticas. O momento é de unir forças para que a gente possa atuar juntos contra o coronavírus". Evitou comentar inclusive a liderança do presidente no processo.

MP caótica

O bate e volta da Medida Provisória 927, que permitia às empresas suspender os contratos de trabalho e os salários por até quatro meses, foi nova trapalhada do Governo Federal. Depois da repercussão, o Governo recuou neste ponto. Num momento em que as pessoas estão confinadas em casa sob temor constante, o corte de salários poderia ter efeito explosivo, dizem especialistas.

Contaminação

O caso da Assembleia Legislativa do Ceará dá uma dimensão do poder de contaminação do coronavírus. Já são quatro deputados com teste positivo para o vírus, sete dias após o registro do primeiro caso. Leve as orientações a sério. Não é brincadeira!