Conflitos na base aliada de Camilo eclodem na campanha eleitoral

Estava nas contas do Palácio Abolição que o governador Camilo Santana (PT) teria que reforçar o jogo de cintura para tentar ajudar a resolver os conflitos dentro de sua base aliada no período eleitoral. Só não estava calculado que fosse ocorrer tão rápido, já nos primeiros dias da campanha, e logo na Capital, o ponto mais sensível a ser administrado. Camilo está em meio ao que parece ser um cabo de guerra entre PT e PDT. Uma batalha para demonstrar ao eleitorado da Capital quem é mais próximo do chefe do Executivo, apontado por pesquisas internas como um dos principais influenciadores de voto na Capital. Na disputa, independentemente de onde Camilo esteja, há um capital simbólico a ser vendido ao eleitor. Quem venderá melhor? A conferir.

Proximidade

Já abordamos nesta coluna o engajamento do governador na articulação do PDT. Lá estão Élcio Batista, braço direito de Camilo e ex-chefe da Casa Civil do Estado, como candidato a vice de Sarto, e Eudoro Santana, seu pai, um dos coordenadores do Plano de Governo da campanha pedetista. Ontem mesmo, Camilo reforçou a parceria "administrativa e política" com o PDT na Capital e no restante do Estado. Quem acompanha a política cearense de perto não tem dúvida sobre essa proximidade. Entretanto, o chefe do Executivo é filiado ao PT, que tem uma candidata própria. E há restrições legais que o proíbem de aparecer com sua imagem em outras candidaturas.

Articulações tardias

O início dos conflitos entre as duas candidaturas na Capital começa a remeter a conversas de bastidores que ocorriam na reta final da definição das candidaturas em Fortaleza. Camilo, reeleito em 2018 com expressiva votação, demorou para formar um grupo interno ligado a ele que desse mais espaço para o debate sobre o partido ter ou não candidato próprio na Capital e sobre as circunstâncias da indicação. Após a reeleição, entretanto, o governador enfrentou dois momentos de tensão na segurança pública e a gestão da pandemia, o que pode ter ensejado o adiamento das tratativas políticas.

Cessar fogo

O máximo que conseguiu foi uma espécie de "cessar fogo" entre os dois lados para que a campanha fosse tranquila entre os aliados. Mesmo sem um confronto direto, pelo menos até aqui, está demonstrado que será um desafio ao chefe do Executivo a gestão de sua aliança. Há diversos focos de problemas inclusive no interior, onde aliados dele estão se digladiando.

Entendimento judicial

As decisões em série (sete no total) que foram dadas ontem pela Justiça Eleitoral em favor da candidatura de Capitão Wagner (Pros) contra postagens patrocinadas que divulgaram mensagens que ligam Sarto a Camilo Santana nas redes sociais mostram que o entendimento do Judiciário será contrário à possibilidade. As postagens podem gerar "confusão" nos eleitores. As liminares dão 24 horas para a retirada das postagens e pedem explicações sobre o impulsionamento nas redes.



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