Bolsonaro vai sancionar socorro aos estados; servidores terão salários congelados por 18 meses

Ajuda do governo federal totaliza R$ 125 bilhões. Com apoio dos estados, Bolsonaro vai vetar trecho que retirava algumas categorias de servidores do congelamento

O presidente Jair Bolsonaro informou, hoje (21), em reunião com os 27 governadores brasileiros que vai sancionar, com vetos, o projeto que concede ajuda do governo federal aos estados e municípios brasileiros.  O presidente vai incluir todas as categorias de servidores públicos no congelamento de salário por 18 meses para municípios, estados e União.

O pacote totaliza R$ 125 bilhões, entre repasses diretos e suspensão de pagamento de dívidas dos demais entes federados com a União. A reunião contou com a presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia.

O governadores, representados por Reinaldo Azambuja, do Mato Grosso do Sul, cobraram do governo federal a liberação da primeira parcela do socorro ainda neste mês de maio e pediram ao presidente que não vete um trecho do artigo 6º do projeto aprovado no Congresso que trata da suspensão das dívidas dos entes federados com bancos privados e instituições internacionais.

Esta última demanda, segundo o presidente Bolsonaro, foi encaminhada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e está sob avaliação dos técnicos.

Os governadores defenderam a sanção imedidata da matéria aprovada pelo Congresso no último dia 6 de maio. Entre os gestores estaduais havia uma reclamação de demora na sanção do projeto.

Congelamento de salários

Demanda do Ministério da Economia, o congelamento de salários dos servidores públicos pelo prazo de 18 meses também foi apoiada pelos gestores estaduais. Durante a discussão no Congresso, algumas categorias foram retiradas da regra. Por isso, o presidente, após o acordo com os governadores, ele deve vetar esse trecho.  

Havia uma expectativa dos governadores sobre a possibilidade de um pouco mais de debate, inclusive sobre Saúde. Os gestores estaduais gostariam de entender como fica o Ministério da Saúde neste novo momento, após a saída de Nelson Teich.

O presidente, porém, encerrou a reunião após a fala de três gestores. Alem de Azambuja, falaram Renato Casagrande, do Espírito Santo, e João Dória, de São Paulo. O governador Camilo Santana participou do encontro, mas não se pronunciou.

Após a reunião, o governador Camilo Santana se posicionou nas redes sociais. "Defendo que haja a união de todos, deixando de lado divergências políticas e ideológicas. O mais importante é a proteção de todos brasileiros para superar a crise", disse no Twitter.

Tensões

Apesar das divergências de Bolsonaros com os governadores estaduais no enfrentamento ao coronavírus, a reunião ocorreu em tom ameno, sem confrontos. Ontem, os governadores fizeram uma videoconferência  para combinar os detalhes da conversa com o presidente.

Havia muitas incertezas sobre tom do evento, mas os gestores estaduais queriam um clima propositivo e sem conflitos. A única surpresa na reunião ficou por conta da transmissão ao vivo, que não havia sido combinada. Já no início, o presidente comunicou e questionou se algum governador teria objeção, mas todos concordaram.



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