A dança das cadeiras do Palácio da Abolição

O ano muda, mas algumas pendências não, principalmente no campo político. Terminado o primeiro ano do atual mandato, o governador Camilo Santana (PT) tem algumas para resolver na volta das férias. Uma delas é o retorno do ex-deputado federal Aníbal Gomes (DEM) para a Câmara dos Deputados. Segundo aliados, o governador promete fazer uma força-tarefa para isto e alguns parlamentares estão na mira das articulações para atender interesses da base governista. Primeiro suplente da coligação proporcional formada por seis partidos nas eleições de 2018 - PDT, PTB, DEM, PSB, PRP e PPL -, ele já assumiu o mandato no ano passado com a indicação do deputado federal Mauro Filho (PDT) para a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag). Aníbal Gomes ocupou a cadeira do pedetista na Câmara entre maio e setembro de 2019, quando Mauro Filho reassumiu o mandato, na expectativa de participar das discussões da reforma tributária, uma vez que ele é especialista em finanças públicas. Agora, o aliado do DEM, não reeleito nas últimas eleições, aguarda a postos pela hora de voltar ao Legislativo.

Bis na Câmara

O acordo entre lideranças do grupo governista no Estado é para tentar um rodízio entre os aliados na bancada federal, com o objetivo de contemplar aqueles veteranos que não conseguiram se reeleger. Aníbal Gomes não quer ficar de fora. O ex-deputado já esteve com o governador e, em pelo menos duas ocasiões, tratou do assunto. Nos bastidores, o deputado do DEM teria se queixado para alguns parlamentares do tratamento conferido a ele.

Tratativas travadas

A última promessa dada pelo Palácio da Abolição para Aníbal voltar à Câmara foi em novembro do ano passado, com a volta de Mauro Filho à Seplag, o que não aconteceu. A reforma foi adiada para 2020, e o pedetista já sinalizou que quer esperar a discussão até meados de abril. Enquanto isso...

Alternativas

Outros deputados titulares são sondados, como Leônidas Cristino e Robério Monteiro, ambos do PDT. Segundo fontes ligadas ao Abolição, o senador licenciado Cid Gomes, uma das lideranças máximas do PDT no Estado, também está nessa força-tarefa para as articulações. Leônidas Cristino já foi consultado para uma possível troca. O caso de uma troca com Robério Monteiro, porém, é mais delicado, porque ele e Aníbal Gomes são adversários nos municípios de Itarema e Acaraú, o que causaria um constrangimento aos dois.

DEM no xadrez

O presidente do DEM no Estado, Chiquinho Feitosa, está bem à vontade para tocar as articulações do partido para as eleições em Fortaleza. Integrantes do próprio Democratas dizem que a sigla não deve sair da base governista do prefeito Roberto Cláudio, cujo vice, Moroni Torgan, é do partido. Chiquinho mantém, reservadamente, conversas com partidos de oposição, e uma das possibilidade cogitadas é de fazer aliança com o PSDB, que ensaia apresentar a candidatura do ex-deputado estadual Carlos Matos. Mas ainda não há confirmação e também o Democratas deseja continuar ocupando a vaga de vice na chapa pedetista. Será que o grupo governista repetiria dobradinha com Moroni? É esperar para ver...

* Equipe de Política redigiu a coluna.



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